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Política & Poder

Sem citar Trump, Lula diz que povo da Venezuela é dono do seu destino

Na quarta (15), o presidente americano disse ter autorizado a CIA, a agência de espionagem com longo histórico de interferência na América Latina

Redação Jornal de Brasília

16/10/2025 22h31

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

CAROLINA LINHARES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na noite desta quinta-feira (16), que “o povo venezuelano é dono do seu destino e não é presidente de outro país que vai dar palpite”, em referência à tensão crescente entre o governo dos Estados Unidos sob Donald Trump e a Venezuela.


Lula discursou no 16º Congresso do PC do B, no centro de convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. O presidente se sentou ao lado da presidente do PC do B, a ministra Luciana Santos (Ciência e Tecnologia). O partido integra uma federação com o PT e o PV. O evento teve ainda a presença de representantes dos partidos comunistas da China e de Cuba.


Segundo Lula, a direita convenceu o povo brasileiro de que a esquerda é a favor do aborto, defende bandido fora da cadeia e quer que o Brasil se torne uma Venezuela. “O Brasil não vai virar a Venezuela”, disse o presidente, logo antes de criticar a ação de Trump.


Na quarta (15), o presidente americano disse ter autorizado a CIA, a agência de espionagem com longo histórico de interferência na América Latina, a realizar operações secretas e letais dentro da Venezuela com o objetivo de derrubar Maduro do poder.


A Venezuela pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que declare ilegais os ataques feitos pelos EUA contra embarcações próximas à costa do país e que emita uma declaração em defesa da soberania de Caracas, segundo carta obtida pela agência de notícias Reuters nesta quinta-feira.


Os ataques foram ordenados pelo presidente americano como parte de uma operação militar para, segundo o republicano, coibir o narcotráfico -embora o Caribe não seja a principal rota de entrada de drogas ilícitas nos EUA, e sim o Oceano Pacífico e a fronteira com o México.


Em Caracas, Maduro afirmou que, embora a CIA tenha sido historicamente associada a golpes de Estado em diversos países, “nunca antes um governo havia declarado publicamente ter feito ordens à agência para matar, derrubar e destruir nações”.


Ainda no evento do PC do B, Lula afirmou que a extrema direita cresceu no mundo, enquanto os setores progressistas diminuíram, o que ele atribuiu a uma dificuldade de linguagem e de comunicação. “Nós nos distanciamos do povo”, resumiu.


Participaram do evento a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais); o ministro Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social); o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), do PSD; o ministro Wolney Queiroz (Previdência Social), do PDT; o presidente do PT, Edinho Silva; o prefeito do Recife e presidente do PSB, João Campos; a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP); e uma série de parlamentares de siglas de esquerda.


Luciana Santos e João Campos reforçaram a aliança do PC do B e do PSB com Lula para a eleição de 2026.

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