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Política & Poder

Sarto (PDT) defende alianças com direita, chama Fortaleza de cidade rebelde e critica PT

O prefeito disse que alianças com partidos como União Brasil e PL, são casos isolados e refletem as contradições da democracia brasileira

Redação Jornal de Brasília

25/07/2024 16h01

Atualizada 02/07/2025 19h06

jose sarto

Foto: Daniel Calvet / Prefeitura de Fortaleza

JOÃO PEDRO PITOMBO
SALVADOR, BA (FOLHAPRESS)

O prefeito e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, José Sarto (PDT), defendeu as alianças de seu partido com legendas de direita, classificou a capital cearense como uma “cidade rebelde” e reafirmou sua postura de oposição ao governador Elmano de Freitas (PT).

Em sabatina à Folha e UOL nesta quinta-feira (25), o prefeito disse que alianças com partidos como União Brasil e PL, firmadas em cidades como Crato e Juazeiro do Norte com o aval do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), são casos isolados e refletem as contradições da democracia brasileira.

“Brasil é grande, diverso e complexo para ser analisado sobre a ótica de Brasília”, justificou o prefeito, lembrando que apesar de o PDT apoiar o governo Lula (PT), o partido faz oposição ao partido em nível estadual.

Ao analisar o rompimento entre os dois partidos em 2022, Sarto classificou o afastamento como uma “decisão unilateral” do PT após os pedetistas escolherem Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza, como candidato a governador.

Destacou que os petistas precisam fazer uma autocrítica frente ao que chamou de cenário de “dogmatização da política” enfrentado pelo Brasil que deixa em segundo o plano o debate sobre as questões nacionais.

Instigado a fazer uma análise do governo Lula, o prefeito afirmou que o presidente está perdendo o timing para fazer as mudanças que o país necessita e para impor uma agenda política e social para o país.

E afirmou que o presidente está sendo blindado por seus auxiliares mais próximos.

“Eu creio que para ajudar uma gestão é preciso ter uma postura crítica. O pior inimigo de uma gestão pública é o que a gente chama aqui no Ceará de babão, aquele que diz que está tudo certo e não ter coragem de dizer que está equivocado”, avaliou.

Ao comentar sobre a eleição municipal, disse ser natural que Lula apoie o deputado estadual Evandro Leitão (PT), que também vai concorrer à prefeitura. Mas aproveitou para fazer críticas ao adversário, que também era filiado ao PDT, mas adotou uma postura diversa ao do partido desde 2022.

“O candidato [Evandro Leitão] era do PDT e foi flagrantemente em confronto com posição da convenção do PDT. Se isso não configura o que a gente chama de infidelidade partidária, então, o que é ser infiel?”
O prefeito também criticou o governador Elmano de Freitas e destacou que o governo no Ceará repassou apenas R$ 163 mil em transferências voluntárias para a prefeitura de Fortaleza, tendo repassado mais recursos para cidades menores.

“Eu creio que o Ceará está retrocedendo a passos largos para um modo político de governar que remonta à época medieval. Aqui não se libera nenhum recurso se o prefeito ou prefeita não rezarem a cartilha do governador do PT”.

A sabatina foi conduzida por Diego Sarza conduz, com participação dos jornalistas Carlos Madeiro, do UOL, e José Matheus Santos, correspondente da Folha no Recife.

José Sarto Nogueira é médico e foi deputado estadual. Em Fortaleza, também foi vereador de 1988 a 1994. Hoje no PDT, já foi filiado ao PDC, PMDB, PPS, PSB e Pros. Em 2020, se elegeu à prefeitura e agora busca reeleição com apoio do ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

Outros dois postulantes foram convidados. Na sexta-feira (26), às 14h, será a vez do ex-deputado federal Capitão Wagner (União Brasil). Também convidado, o deputado federal André Fernandes (PL) não quis participar da sabatina.

O ciclo de sabatinas promovido por Folha e UOL foi iniciado em junho e já contemplou pré-candidatos de Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Recife, Curitiba e São Paulo. Também haverá sabatinas em outras 11 cidades.

Além das entrevistas, Folha e UOL irão promover também debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.

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