Menu
Política & Poder

Relator de CPI diz que é contra convocar integrantes de facções, a não ser que seja para delatar

A declaração foi dada após o senador Marcos do Val (Podemos-ES) protocolar requerimento para ouvir lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Redação Jornal de Brasília

05/11/2025 21h32

alessandro vieira

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

RAQUEL LOPES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Crime Organizado, o senador Alessandro Vieira (MDB-CE), disse ser contra a participação de membros de facções criminosas em audiências. Na sua avaliação, isso só deve acontecer se for para colaborar.


“Se depender da minha opinião ou voto, não vai acontecer, salvo na hipótese de colaborador/delator”, disse à Folha.


A declaração foi dada após o senador Marcos do Val (Podemos-ES) protocolar requerimento para ouvir lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital).


Fazem parte da lista Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, irmão do Marcola, principal liderança do PCC, além de Júlio César Guedes de Moraes e Gilberto Aparecido dos Santos.


Outro pedido se refere a Roberto Augusto Leme da Silva, o Beto Louco, ligado ao esquema dos postos de combustíveis ligados à facção.


Os requerimentos ainda precisam ser apreciados pela CPI.


A CPI do Senado sobre o crime organizado foi instalada nesta terça-feira (4) e será presidida por um governista, o senador Fabiano Contarato (PT-ES).


A escolha trouxe alívio ao governo federal, que temia que a CPI, sob controle da oposição, pudesse gerar ainda mais desgaste político para o governo Lula.


O placar foi de 6 a 5 na disputa contra o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que passou a ser o vice-presidente da comissão.


A CPI terá 11 titulares e 7 suplentes. Os titulares, pelo lado da oposição, são Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES), Marcos do Val (Podemos-ES), Marcio Bittar (PL- AC) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS).


Já o governo escalou como titulares os senadores Rogério Carvalho (PT-SE), Fabiano Contarato (PT-ES), Otto Alencar (PSD-BA), Jorge Kajuru (PSB-GO), Angelo Coronel (PSD-BA) e Alessandro Vieira (MDB-SE).


Durante a primeira audiência, o senador Alessandro Vieira propôs a divisão do trabalho em tópicos temáticos: domínio territorial; lavagem de dinheiro; sistema prisional; corrupção ativa e passiva em todos os setores; rotas para transporte de mercadorias ilícitas.


Além de crimes praticados por facções (tráfico de armas, contrabando, sonegação, furto, estelionato, crimes digitais); necessidade de integração dos órgãos, com destaque para as rotas usadas por facções; além de medidas de prevenção e repressão ao crime e, por último, orçamento.


Já há 38 convites aprovados, entre os nomes estão o de Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça; José Múcio, ministro da Defesa; Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal; e Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Além de governadores, secretários de segurança, especialistas em segurança e jornalistas.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado