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Política & Poder

Redes e ONG atacam iniciativa de conceder anistia a caixa 2

Agência Estado

25/11/2016 10h51

Atualizada

Enquanto a Câmara dos Deputados discute incluir a polêmica proposta que pode anistiar o caixa 2 no projeto de dez medidas de combate à corrupção, a hashtag #anistiacaixa2nao chegou a ser o assunto mais falado no Twitter no Brasil na manhã desta quinta-feira, 24.

Milhares de pessoas compartilharam na rede social críticas a deputados, sobretudo ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Na quarta-feira, 23, a comissão especial que analisou as medidas aprovou uma proposta que não incluía a anistia à prática do caixa 2 nas campanhas eleitorais e a previsão de punir magistrados e integrantes do Ministério Público Federal por crime de responsabilidade. Logo após a aprovação do texto, contudo, começaram as articulações dos deputados para a votação do projeto no plenário, que duraram até a madrugada desta quinta-feira, 24.

Toda a movimentação parlamentar fez a advogada e professora de Direito Penal da USP Janaina Paschoal postar pelas redes sociais sua indignação com a possibilidade de a Câmara aprovar uma proposta de anistia ao crime de caixa 2.

“A cláusula de anistia é um acinte ao que o povo buscou nas ruas, escreveu uma das autoras do pedido de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, em seu Twitter. Para ela, “aprovar a anistia é quebra de decoro” dos parlamentares e, mesmo que a proposta venha a ser derrubada pelo Supremo Tribunal Federal no futuro, os deputados que vierem a se beneficiar da anistia não poderão ser punidos. “Se acusados tiverem sua punibilidade extinta com base na anistia, posterior decisão do STF não retroage”, afirmou a professora.

A repercussão do assunto na Câmara alcançou também a principal ONG de combate à corrupção, a Transparência Internacional, que condenou o que chama de “tentativa de anistia a políticos corruptos no Brasil”.

A entidade publicou um comunicado de imprensa em sua sede, em Berlim. “Não é uma surpresa que o povo brasileiro não confie em seus políticos”, atacou o presidente da Transparência Internacional, José Ugaz. “O fato de que isso está sendo realizado em meio a uma forte lei anticorrupção é um absurdo”, atacou. “Pedimos que o Congresso aprove o pacote anticorrupção sem a anistia e condenamos esse subterfúgio”, completou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadao Conteudo

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