Menu
Política & Poder

PSOL aposta em comunicador comunista para emplacar primeiro deputado no Nordeste

Partido aposta no comunicador para tentar eleger seu primeiro deputado federal na região e ampliar presença nacional

Redação Jornal de Brasília

26/12/2025 22h04

Foto: Keise Nascimento/Secom PSOL-PE

Foto: Keise Nascimento/Secom PSOL-PE

O PSOL deve filiar nos próximos meses o comunicador comunista Jones Manoel para conseguir eleger, pela primeira vez, um deputado no Nordeste. Com 2,5 milhões de seguidores no Instagram e no YouTube, Jones é uma aposta para que a sigla possa superar a cláusula de barreira em Pernambuco.

Ele é professor de história e estreou na política em 2022, quando se candidatou ao governo de Pernambuco pelo PCB. Obteve 33.931 votos (0,7% dos votos válidos), terminando em sexto lugar, acima do candidato do PSOL ao Palácio do Campo das Princesas, João Arnaldo.

A filiação de Jones é apoiada por quadros importantes do partido que integram a Câmara dos Deputados como Fernanda Melchionna (RS), Sâmia Bomfim (SP) e Tarcísio Motta (RJ).

Ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Jones afirmou que a filiação dele já possui um consenso positivo no diretório psolista de Pernambuco. A entrada definitiva dele no partido precisa passar pelo crivo do comando nacional.

A discussão havia sido marcada para a semana em que o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi suspenso por seis meses por quebra de decoro parlamentar. As negociações para salvar Glauber da cassação e o clima interno da sigla impediram a definição sobre o ingresso do pernambucano nos quadros da legenda.

Caso entre no PSOL e se candidate à vaga de deputado, Jones afirmou que irá continuar como militante do seu próprio partido, que busca conquistar um registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se trata do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), que surgiu após a ala de Jones deixar o PCB por conta de um racha interno.

Além de se posicionar como representante da esquerda nas disputas políticas realizadas nas redes, Jones é conhecido por suas críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o pernambucano, as ações coordenadas pela terceira gestão do petista são “neoliberais”.

O PSOL integra a base do governo de Lula e possui dois ministros na Esplanada: Guilherme Boulos, na Secretaria-Geral, e Sônia Guajajara, em Povos Indígenas.

Estratégia no Nordeste

A entrada do comunicador no PSOL faz parte de uma estratégia do partido para conquistar maior relevância nacional. Em 20 anos de história, a sigla nunca conseguiu eleger um deputado no Nordeste, concentrando resultados no Sudeste, no Sul e nos Estados nortistas do Pará e do Amapá.

O único parlamentar nordestino foi o ex-deputado João Alfredo (CE), petista que migrou para o PSOL durante o racha do PT, em 2004, que resultou na fundação do PSOL. Na nova sigla, ele não conseguiu ser reeleito em 2006.

Além da filiação de Jones, a investida do PSOL no Nordeste é a filiação da ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT-CE). Após a parlamentar manifestar a possibilidade de deixar o partido de Lula, a sigla negocia a entrada dela para a disputa de uma das cadeiras do Senado.

Fora do Nordeste, o PSOL procurou refiliar a ex-deputada federal Áurea Carolina (MG) para a disputa pela Câmara. Manuela d’Ávila, ex-deputada e candidata à vice-presidência na chapa de Fernando Haddad em 2018, vai concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul.

Como mostrou o Broadcast, a sigla também entrou na briga para filiar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que está prestes a deixar a Rede Sustentabilidade após disputas internas com a ala liderada pela deputada federal Heloísa Helena (RJ), e lançá-la ao Senado por São Paulo.

O PSOL, porém, disputa a entrada de Marina com o PSB e o PT, e a palavra final deve ser dada por Lula, que quer seus principais aliados disputando cadeiras da Casa.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado