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Política & Poder

PSD, com três ministérios, se junta a União Brasil e PP contra MP dos impostos

PSD, União Brasil e PP desafiam governo e podem barrar medida provisória de R$ 17 bilhões

Redação Jornal de Brasília

08/10/2025 18h39

mauricio tonetto1

Foto: PSD

JOÃO GABRIEL
FOLHAPRESS

O PSD, mesmo com três ministérios (Minas e Energia, Pesca e Agricultura), decidiu se posicionar contra a medida provisória que eleva impostos para aumentar a arrecadação do governo Lula (PT) em cerca de R$ 17 bilhões.


Assim, a sigla se junta a União Brasil e PP -integrantes do centrão e que recentemente desembarcaram da Esplanada dos Ministérios-, que também decidiram se opor à proposta. Ela precisa ser votada ainda nesta quarta-feira (8) ou vai perder a validade.


Apesar da definição contrária, o PSD não fechou questão sobre a matéria -jargão político para dizer que seguir posição não é uma obrigação, mas uma orientação.


Mesmo assim, isso indica que boa parte dos 45 deputados do partido, que até aqui foi fundamental para o governo Lula aprovar suas pautas na Câmara, deve se opor à medida provisória.


Já a posição de PP e União Brasil foi de fechar questão contra a proposta, o que indica uma votação em massa de suas bancadas, compostas respectivamente por 50 e 59 nomes. As duas siglas se disseram contra o aumento de carga tributária.


Antes, a bancada ruralista, principal força do Congresso atualmente e que reúne cerca de 300 deputados, já havia anunciado ser contra a medida.


União Brasil e PP recentemente formaram uma federação e ordenaram que todos os seus filiados deixassem seus cargos no governo.


Os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte), respectivamente de União e PP, decidiram permanecer. Por isso, foram afastados dos partidos.


Ainda na tentativa de conseguir votos pela matéria, o governo liberou do cargo alguns de seus ministros e que são deputados licenciados para comparecer ao plenário e votar.


Dentre eles, está Silvio Costa Filho, que é do Republicanos e chefia a pasta de Portos, além justamente de Fufuca e Sabino.


A medida provisória que aumenta a arrecadação foi uma alternativa à elevação do IOF (Imposto sobre Operação Financeira), derrubada pelo Congresso, mas depois reestabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).


A expectativa original era que ela gerasse R$ 35 bilhões extras à União com a série de taxações que atingiram áreas como o agronegócio, as bets (casas de aposta) e as fintechs.


Após uma reação destes setores, o relator da proposta, Carlos Zarattini (PT-SP) passou a desidratar a medida, desistindo de aumentar impostos contra bets e agro. A versão mais recente do texto prevê uma arrecadação de cerca de R$ 17 bi.


Mesmo após os recuos, estes setores mobilizaram a Câmara dos Deputados contra a matéria. Na deliberação em comissão mista, que antecede os plenários, o texto passou, mas por apenas um voto, 13 a 12, o que ligou o alerta para que ela poderia ser derrubada.


Como mostrou a coluna da Mônica Bergamo, o Palácio do Planalto já admite inclusive a derrota, e vê nessa articulação a digital do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como forma de sabotar Lula, uma vez que os dois podem concorrer nas Eleições de 2026.


O governo, por sua vez, promete que irá barrar emendas caso a proposta seja mesmo derrubada.

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