A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã deste sábado, 22, ganhou repercussão em alguns dos principais veículos de imprensa internacionais, como The Guardian, Bloomberg e as agências AP e Reuters. As publicações destacaram as suspeitas de plano de fuga, assim como os meses de prisão domiciliar.
O britânico The Guardian destacou a prisão do Bolsonaro em sua homepage, com o título “Ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro é preso no Brasil”. No texto, apontou que o motivo da prisão não estava claro inicialmente e contextualizou a convocação de uma vigília pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
A agência The Associated Press (AP) publicou a matéria “Juiz brasileiro ordena prisão de Bolsonaro por suposto plano de fuga antes de cumprir pena na prisão”. A notícia também foi destacada em sua página, além de ter sido distribuída e republicada para outros veículos internacionais, como o jornal norte-americano The Washington Post.
Outra das maiores agências de notícias do mundo, a Reuters publicou a notícia “Ex-presidente do Brasil Bolsonaro é detido preventivamente pela polícia”. A publicação chegou a falar com a defesa do ex-mandatário, assim como ressalta que ele estava em prisão domiciliar.
A Bloomberg também noticiou a prisão, com destaque na sua página direcionada para países da América Latina: “Bolsonaro preso por suspeita de plano de fuga do Brasil”. No texto, reitera a condenação do ex-presidente e o período em prisão domiciliar.
O pedido de prisão de Bolsonaro foi feito pela Polícia Federal. A decisão ainda não marca o início do cumprimento da pena de reclusão. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse que o ex-presidente violou o uso de tornozeleira eletrônica e tinha “elevado risco de fuga”.
O magistrado citou a proximidade do condomínio de Bolsonaro com a Embaixada dos Estados Unidos e mencionou aliados do ex-chefe do Executivo que deixaram o País.
A defesa de Bolsonaro afirmou que ainda não sabe os motivos da prisão preventiva e que estaria tentando acesso ao documento.
Em setembro deste ano, Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do STF a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por liderar uma organização criminosa em uma tentativa de golpe de Estado para se perpetuar no governo.
Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, onde ficará em uma sala de Estado, espaço reservado para autoridades como presidentes da República e outras altas figuras públicas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Michel Temer também ficaram detidos em salas da PF.
Estadão Conteúdo