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Política & Poder

Presidente do Iphan considera proposta de anistia aos envolvidos no 8/1 um “absurdo”; veja entrevista

Na entrevista, Grass explicou a parceria do Iphan com a Universidade Federal de Pelotas, para recuperar 20 peças danificadas do acervo do Palácio do Planalto

Agência UniCeub

14/09/2025 16h41

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Por Maria Eduarda Barros e Riânia Melo

O presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, considerou, em entrevista de vídeo à Agência Ceub, um “absurdo” a proposta de anistia aos ataques de 8 de janeiro de 2023.

“Isso é absolutamente inadequado. A gente não pode imaginar que em uma democracia quem atenta contra ela tem que ser perdoado, tem que ser responsabilizado”, disse

Grass afirmou que os ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes representaram um ataque direto à identidade nacional brasileira. 

Quando você destrói ou quando você depredando, você está atacando o próprio povo brasileiro”, disse Grass.

Os ataques atingiram bens tombados pelo Iphan e reconhecidos pela Unesco como patrimônio da humanidade no conjunto arquitetônico da Praça dos Três Poderes em Brasília.

Grass destacou que os réus envolvidos nos atos estão sendo julgados por crimes de dano ao patrimônio cultural, além da tentativa de golpe.

Segundo ele, o julgamento na semana passada que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais seis pessoas (incluindo generais) que faziam parte, segundo o STF, do núcleo duro da trama golpista pode ter um efeito “pedagógico”, ao demonstrar as consequências de ataques aos bens culturais nacionais.

Restauro

Na entrevista, Grass explicou a parceria do Iphan com a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), para recuperar 20 peças danificadas do acervo do Palácio do Planalto. 

“Esse trabalho foi muito bem feito, a gente inclusive devolveu as peças esse ano do Presidente Lula para o Palácio”, afirmou.


Algumas peças, segundo Grass, principalmente do Supremo Tribunal Federal, não puderam ser recuperadas, como vasos e objetos completamente estilhaçados. Há itens também foram roubados e não foram localizados posteriormente.

O presidente do Iphan acrescentou que, como parte do trabalho de preservação da memória, foi produzido um livro e um documentário sobre a recuperação das obras danificadas.

“Esse impacto que tem a ver com algo que a gente não pode esquecer”, declarou Grais sobre os eventos.

Assim, como explica, o instituto tem se dedicado à realização de projetos que visam a “educação patrimonial”, na qual é instruído a população a importância da preservação de tradições, bens materiais e imateriais, dentre outros elementos que compõem o acervo de patrimônios brasileiros.

“No Iphan, estamos fortalecendo o que a gente chama de Educação Patrimonial. Educação Patrimonial são todas as informações que nós divulgamos a respeito do que é a nossa cultura e patrimônio. Então, o 8 de janeiro entra no roll desses fatos, embora de uma forma negativa.”

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Colaboraram: Beatriz Ribas e Maria Paula Valtudes

Imagens: Alexandre Lopes e Melqui Lopes

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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