CÉZAR FEITOZA, JULIA CHAIB E JOSÉ MARQUES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
A Polícia Federal dispensou na quinta-feira (22) o coronel da reserva Marcelo Camara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), sob a justificativa de que ele não estava acompanhado de seu advogado.
A defesa de Camara é composta pelos mesmos advogados de outro investigado, Tércio Arnaud, cujo depoimento teve cerca de 150 perguntas e durou mais de seis horas. Sem que a oitiva de Tércio tivesse terminado, a PF iniciou o depoimento do militar -que, sem advogado, optou pelo silêncio.
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“[Camara] não teve oportunidade de responder as perguntas pois a autoridade policial disse que não tinha tempo de aguardar o encerramento do depoimento de Tércio Arnaud”, disse o advogado Eduardo Kuntz, em nota.
“Em razão disso, foi coagido a usar do silêncio, sem a presença de sua defesa técnica. Algo totalmente novo, reprovável e que não se pode admitir em um Estado Democrático e de Direito.”
A defesa de Camara enviou nesta sexta-feira (23) um documento para o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), para reclamar da situação e pedir a convocação de novo depoimento.
Segundo o advogado, Camara tem a “intenção de colaborar com as investigações e com a correta elucidação dos fatos respondendo todas as perguntas possíveis”.
Fontes da Polícia Federal, porém, afirmaram à Folha que não veem necessidade no depoimento do ex-assessor de Bolsonaro e pretendem não fazer nova convocação.
Procurada, a PF não se manifestou até a publicação desta reportagem.