CONSTANÇA REZENDE
FOLHAPRESS
A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta quinta-feira (16) a sétima fase da Operação Overclean, que mira desvios de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro com recursos de emendas parlamentares.
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, uma medida cautelar de afastamento de agente público do cargo e o sequestro de valores obtidos de forma ilícita, nas cidades de Salvador, Riacho de Santana e Wenceslau Guimarães, na Bahia, e em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.
As ordens foram expedidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Na última terça-feira (14), a PF cumpriu a fase anterior da operação, que teve como um dos alvos de busca e apreensão o deputado federal Dal Barreto (União Brasil).
O parlamentar teve o seu telefone celular apreendido pela polícia. Em nota, ele disse que não havia tido acesso ao inquérito policial e que estava à disposição da PF para colaborações.
De acordo com a polícia, o objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
As apurações da Overclean apontam a atuação de um grupo criminoso que teria atingido o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional, especialmente na Bahia.
O grupo, segundo a PF, teria direcionado recursos de emendas parlamentares e convênios para empresas ligadas a administrações municipais, com superfaturamento de obras e desvios financeiros. Ele teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão em contratos fraudulentos e obras superfaturadas.
O inquérito, que tem entre os seus principais alvos pessoas ligadas ao União Brasil, foi para o Supremo por citar o deputado federal Elmar Nascimento, que representa o partido pela Bahia.
Também já foram alvos pessoas próximas ao grupo político do prefeito de Salvador, Bruno Reis. As apurações levaram ao afastamento do secretário de Educação de Belo Horizonte, Bruno Barral, que foi titular da mesma pasta em Salvador na gestão do ex-prefeito ACM Neto.