O confronto entre o senador Izalci Lucas e a deputada Paula Belmonte pela definição das chapas da federação PSDB-Cidadania pode muito bem se estender até as vésperas das convenções. Afinal, nesse momento os partidos federados terão de definir quem encabeçará a disputa dos postos majoritários. A esperança de todos, porém, é que essa definição ocorra bem mais cedo, para não atrapalhar as campanhas. Paula Belmonte, empossada na presidência do Cidadania durante o fim de semana, confia na ata da federação, que garante o controle à legenda com maior votação nas últimas eleições para deputados federais e prefeitos, estes inexistentes na capital. Feitas as contas, o Cidadania teve quase 60 mil votos e elegeu Paula, enquanto os tucanos, com 25 mil, não fizeram ninguém. Izalci alega que sua candidatura está colocada há quatro anos e que, como senador, teve muito mais votos do que isso. Seus opositores alegam que a ata da federação não fala em Senado e, maldosos, dizem que se tempo de campanha fosse critério, ele estaria melhor nas pesquisas.
Presença feminina e garantias
O discurso de maior participação feminina na política foi seguido à risca pelo Cidadania, que pela primeira vez terá duas mulheres no comando distrital. A deputada federal Paula Belmonte foi escolhida presidente, tendo Elaine Marinho como vice-presidente. A nova composição no DF ganhou elogios do líder do Cidadania na Câmara, deputado federal Alex Manente, que manifestou de público à colega Paula Belmonte e assegurou que ela disputará um cargo majoritário pela federação entre Cidadania e PSDB.
Flerte complicado
Desafeto do governador Ibaneis Rocha, o ex-deputado Alberto Fraga flerta com a candidatura rival ao Buriti, do senador Izalci Lucas. Os dois têm até se encontrado e Fraga disse que estará junto ao novo amigo na eleição. Mas fica difícil manter esse jogo. Fraga já está filiado ao PL e, com o fim do prazo para isso, preso ao partido. Só pelo PL pode ser candidato à Câmara dos Deputados, como pretende. E o PL está integrado à base de apoio de Ibaneis. Se estender demais a corda, Fraga pode perder a legenda. A não ser que o próprio PL reveja posições. Por enquanto, o novo partido de Fraga está caladinho e tudo indica que permanecerá assim.
Adversários, mas nem tanto
No desenho político, estão nos polos opostos o PL bolsonarista, liderado na Câmara brasiliense por Agaciel Maia, e o PT de Lula, que tem como líder Chico Vigilante. Na prática, o jogo é outro. Integrantes da associação dos moradores da Ponte Alta, uma área agrícola no Gama, conseguiram conduzir Chico Vigilante e Agaciel Maia ao acesso ao núcleo. É uma estrada de 12 km apelidada de “rodovia da morte”. Conseguiram também que os dois distritais marcassem uma audiência juntos com o Ibaneis. Na última sessão da Câmara, Vigilante anunciou que, conforme tinha prometido o governador, saiu o edital para início da licitação do recapeamento total da via. A partir daí foi a confraternização. O distrital petista disse que estava ainda mais feliz porque se empenhou por isso juntamente com Agaciel Maia, inclusive destinando recursos de emendas de ambos. Agaciel devolveu os cumprimentos. No final feliz, concluíram que suas divergências ficam só no campo político e ideológico, mas na hora de ajudar a comunidade nada impede de atuarem juntos. Está nas notas taquigráficas da sessão.
Rebelde com causa
O Republicanos conta com apenas dois distritais e dois deputados federais, um destes com malas prontas para tentar reeleger-se por São Paulo. Os três restantes sempre foram alinhadíssimos com o governo Ibaneis e a cúpula do partido procurou semanas atrás o governador para lhe jurar fidelidade. À medida em que as eleições se aproximam, porém, o Republicanos e tornou a legenda que mais marolas tem criado nos meios políticos do Distrito Federal. A filiação da ex-ministra Damares Alves e sua transferência de domicílio eleitoral para a capital têm servido de combustível para isso. Uma ala forte do partido cobra o lançamento de Damares para o Senado e levanta a bandeira da necessidade de um palanque bolsonarista para intrigar a respeito de candidatura própria para o Buriti. Lógico, isso levaria a uma chapa de suas ex-ministras, Damares e Flávia Arruda. Tem gente achando que isso não passa de uma tentativa de abocanhar quinhões mais apetitosos no mapa político de Brasília, mas também tem gente que acredita.
Não faria sentido
A deputada bolsonarista Bia Kicis não acredita que Damares provocará um revertério nas chapas já colocadas. Acredita que Flávia Arruda, sua colega de bancada na Câmara e também companheira de PL, permanecerá como candidata ao Senado. “Não faria sentido o presidente ter duas ministras brigando por uma única vaga. Então, entendo que Damares não virá para o Senado”, comenta ela.
ITA embolsou tarifas de embarque
A Itapemirim Transportes Aéreos (ITA) acaba de ser condenada pela Justiça a repassar todo o dinheiro das taxas de embarque recolhidas de seus passageiros. Terá assim de pagar R$ 1,28 milhão em tarifas de embarque apenas para a RIOGaleão, empresa que administra o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro, primeira empresa a recorrer à Justiça. Os valores são referentes ao pagamento que a ITA recebeu dos passageiros, mas que não transferiu para a concessionária. Com a decisão, esse valor será acrescido de correção monetária e juros de 1% ao mês. A ITA pode recorrer da decisão. A decisão deve se estender a outros aeroportos. Os passageiros foram todos caloteados e também podem recorrer à Justiça. Só para lembrar, em dezembro, a Itapemirim suspendeu todas as operações, deixando milhares de passageiros sem voos às vésperas do Natal e alegando reestruturação interna.