MATEUS VARGAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
Partidos que comandam ministérios do governo Lula (PT) entregaram 224 dos 370 votos favoráveis da Câmara dos Deputados à aprovação do texto-base do projeto de lei Antifacção.
O número corresponde a 60% do apoio ao relatório apresentado pelo deputado Guilherme Derrite, que também é secretário de Segurança Pública em São Paulo, no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). A votação representou uma derrota ao governo federal, que tentou adiar a votação.
PP, PDT, União Brasil e PSD tiveram mais de 90% dos seus votos favoráveis ao texto de Derrite. MDB, Republicanos, PSB, Rede e PC do B tiveram de 11% a 88% dos votos pela aprovação.
Já os parlamentares do Psol foram totalmente contrários, enquanto o PT teve 65 votos pela rejeição do relatório e dois parlamentares da legenda de Lula não votaram.
A Câmara ainda vota sugestões ao texto. Quando a votação se encerrar, o PL será enviado para o Senado, onde será relatado por Alessandro Vieira (MDB-SE).
Durante a tramitação do texto, Derrite promoveu alterações e optou por criar uma lei autônoma sobre organizações criminosas ultraviolentas, afastando-se da proposta original de apenas atualizar a legislação vigente.
Alvo de uma série de críticas, a primeira versão do relatório previa que a Polícia Federal só poderia agir contra organizações criminosas nos estados com aval expresso do governador, o que deu munição para que a esquerda e o governo acusassem o relator de tirar atribuições da Polícia Federal e tornar algo técnico em político.