Embora não tenha conseguido registro na Justiça Eleitoral, a Rede Sustentabilidade distribuiu simpatizantes por vários partidos e se movimenta para que esses militantes tenham lugar de destaque nas eleições de 2014. No Distrito Federal, a Rede tem candidatos ao Legislativo e até ao Buriti.
Filiada ao PSB desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recusou o registro de seu partido, a ex-senadora Marina Silva procurou o presidente da sigla Eduardo Campos – candidato ao Planalto como ela – para informar que os membros da Rede na capital apoiam o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT) para disputa a governador, e pediu que a legenda faça o mesmo.
PSB também quer
O problema é que o PSB tem como pré-candidato ao Buriti o senador Rodrigo Rollemberg, que afirma que a legenda terá candidato próprio ao governo do DF. “Acho importante que eu e o Reguffe estejamos juntos nas próximas eleições, mas o que o PSB quer é disputar o governo”, afirma Rollemberg.
As movimentações da Rede dentro do partido não incomodam Rollemberg, que descreve a relação da militância como “harmoniosa”.
Já Reguffe afirma não saber das investidas de Marina Silva, mas assume interesse na disputa pelo governo. “Não quero ser candidato a qualquer custo”, afirma o deputado, garantindo que a Rede estará ao lado do PDT nas eleições.
Sobre uma chapa com Reguffe, Rollemberg diz que não quer pensar em possibilidades futuras e insiste que o PSB deseja candidatura própria. Já Reguffe acredita que a decisão sobre coligações só deverá ocorrer entre março e abril de 2014.
Conversa confirmada
Amigo tanto de Reguffe quanto de Rollemberg, o neo-pedetista Joe Valle defende que o PSB – seu antigo partido – apoie o deputado em 2014. “Se Reguffe está melhor nas pesquisas, por que Rodrigo será o candidato? Que ele seja o vice da chapa ou que indique alguém para senador”, opina Joe.
Movimento é “transpartidário”
O distrital Joe Valle afirma que a Rede Sustentabilidade tem estrutura de partido, mesmo com seus militantes dentro de outras siglas. Ele chegou a anunciar que se filiaria à Rede caso se concretizasse,
O distrital conta que a Rede tem se reunido frequentemente. Nas reuniões são debatidos projetos da militância, que deverão se tornar programa de gestão para a campanha do ano que vem. “Para nós, não importa se existe o partido. O importante é o conceito. Não estamos concretizados como partido, mas somos um movimento transpartidário”, diz o parlamentar.
O porta-voz da Rede, André Lima (PDT), explica que a sua militância trabalha em comissões estaduais e em reuniões nacionais na proposta de programas, incluindo discussões sobre prováveis candidaturas. “A estrutura é de partido, mas sem fundo partidário ou financiamentos”, conta o dirigente, admitindo que os partidos com maior número de integrantes da Rede são PSB e PDT.
A relação entre membros da Rede e os demais integrantes dos partidos que recepcionaram os militantes, segundo ele, “tem sido boa”.