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Política & Poder

Ministras de Estado pautam temas de interesse das brasileiras? Conheça mais sobre os projetos

Ao longos dos últimos três anos, as ministras do atual governo argumentam que têm se empenhado nas ações estratégicas

Redação Jornal de Brasília

08/03/2025 18h51

Foto: Agência Brasil

Por Danyelle Silva e Maria Eduarda Barros

Atualmente, dos 38 ministros da Esplanada, somente nove são mulheres. Isso pode fazer a diferença nas pautas do Executivo federal.

A participação nos ministérios não equivale à participação da população brasileira. Segundo o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Brasil conta com cerca de 105 milhões de mulheres e 98 milhões de homens.

Foto Fernando Frazão/Agência Brasil

Ao longos dos últimos três anos, as ministras do atual governo argumentam que têm se empenhado em ações estratégicas focadas na promoção da educação, no combate à violência contra a mulher, no aumento de oportunidades para as mulheres e na busca pela equidade de gênero.

A reportagem entrou em contato com os ministérios sobre as principais pautas das pastas e teve o retorno dos ministérios da Igualdade Racial (Anielle Franco), Cultura (Margareth Menezes), Ciência, Tecnologia e Inovação (Luciana Santos), Planejamento e Orçamento (Simone Tebet) e Povos Indígenas (Sônia Guajajara).

Ações femininas

No Ministério da Cultura, a assessoria de comunicação da ministra Margareth Menezes encaminhou que a integração entre as pastas de liderança feminina com objetivo de demonstrar força e empoderamento.

“É no diálogo que entendemos como potencializar nossas ações e, mais do que isso, como o alinhamento é a base para assegurar que as políticas públicas cheguem a quem mais precisa”, disse a ministra por nota.

A principal aposta do Ministério da Cultura é o projeto Tela Brasil, que é uma plataforma de streaming gratuita com obras 100% brasileiras, previsto para ser lançado no segundo semestre de 2025.

De acordo com o edital de Licenciamento de Obras Audiovisuais, 50% das coletâneas deverão ser produzidas por mulheres, buscando incentivar a participação feminina nas criações de obras audiovisuais.

Além disso, a pasta concede o prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura que incentiva mulheres a se engajarem na literatura brasileira.

Desde 2023, quando o prêmio foi lançado, 73 escritoras já foram contempladas com o prêmio que homenageia a escritora Carolina Maria de Jesus, famosa pela obra “Quarto de Despejo”.

Equidade

O Ministério da Igualdade Racial tem se destacado com programas voltados para a promoção da igualdade e inclusão de grupos historicamente marginalizados.

O Guia Eleitoral para Mulheres e Pessoas Negras, vai além de esclarecer o processo eleitoral, aborda temas como violência política e gênero, fortalecendo a presença feminina nas disputas eleitorais.

Outra iniciativa é o Programa Atlânticas, que oferece bolsas para doutorado sanduíche e pós-doutorado, com foco em mulheres negras, indígenas, quilombolas e ciganas.

Já para impulsionar o empreendedorismo feminino negro, o ministério em parceria com o Banco do Brasil lançou o Edital de Empoderamento Sociecônomico para Mulheres Negras, esse projeto disponibilizou R$ 22 milhões para formentar o crescimento econômico e a representatividade feminina.

Dentre os diversos projetos organizados pelo Ministério do Planejamento e Orçamento vale destacar as Agendas Transversais da Mulher do Plano Plurianual (PPA) 2024 – 2027. Essas agendas são algumas maneiras estratégicas de integrar políticas públicas de áreas distintas que visam o mesmo objetivo social que desenvolve temas relevantes como a desigualdade e desenvolvimentos inclusivos

Metas

Algumas metas que o plano pretende alcançar até 2027 são: Diminuir em 16% o número de mortes violentas de mulheres em suas residências, construir 60 maternidades, reduzir em 55% a taxa de mortalidade materna, criar 117 unidades de atendimento às mulheres vítimas de violência, reduzir em 10% a disparidade de renda média entre homens e mulheres e Construir 90 centros de parto normal.

Com essas agendas, o Governo Federal procura facilitar o acesso da sociedade para os projetos voltados às mulheres.

Povos originários

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) respondeu que se dedica a desenvolver políticas públicas que visam enfrentar e erradicar a violência de gênero que as mulheres indígenas vivem dentro e fora de seus territórios.

Brasília: Mulheres indígenas realizam marcha até o Congresso Nacional. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em colaboração com o Ministério das Mulheres e com a participação da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), o MPI está criando uma Estratégia Nacional, que inclui a implementação da Casa da Mulher Indígena, um espaço especializado para o atendimento de casos de violência, com unidades previstas para cada bioma brasileiro.

Além disso, a pasta comandada pela ministra Sônia Guajajara também lançou o Edital Karoá, que visa apoiar mulheres indígenas do bioma Caatinga na gestão socioambiental de seus territórios, como foco em segurança alimentar, recuperação de áreas degradadas e a preservação de conhecimentos tradicionais.

Outro destaque é o Edital Mulheres Indígenas Tecendo o Bem Viver, que promove a preservação dos saberes ancestrais e o fortalecimento das redes de proteção, por meio da concessão de bolsa-prêmio para organizações lideradas por mulheres indígenas.

Já no campo da saúde, o Projeto Saúde da Mulher Yanomami, em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), busca melhorar a saúde integral das mulheres Yanomami, com ênfase no pré-natal, respeitando as tradições e integrando práticas de saúde pública.

Este projeto é uma resposta às dificuldades enfrentadas pelas mulheres Yanomami, como baixo acesso a consultas pré-natais e os impactos negativos e abusivos do garimpo ilegal, que intesificam a violência sexual e a propagação de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis).

O projeto tem como objetivo central construir práticas interculturais para fortalecer o pré-natal e o planejamento reprodutivo, promover o cuidado culturalmente adequado e reduzir a mortalidade materna e infantil.

Inclusão de mulheres cientistas

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) argumentou que atua em propostas que auxiliem no aumento da inclusão e permanência de mulheres e meninas na área das ciências, tecnologias e inovações.

Grande parte dos programas que o MCTI oferece tem como intuito aumentar a igualdade de gêneros e apoiar as mulheres oferecendo incentivos financeiros e oportunidade para facilitar o acesso dessas mulheres para que elas continuem buscando o conhecimento para fortalecer o ecossistema de pesquisa e inovação no Brasil.

Duas iniciativas que se destacam são: a Bolsa para Mulheres Negras, Ciganas, Quilombolas e Indígenas e o Edital Meninas nas Ciências Exatas.

A primeira é uma parceria entre MCTI, CNPq ( Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Ministérios da Igualdade Racial, das Mulheres e dos Povos Indígenas que já contemplou 86 pesquisadoras e o investimento é superior a R$8 milhões.

E o Edital Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação, apoia 120 projetos e cerca de 10 mil meninas bolsistas. O investimento será em torno de R$100 milhões até 2026.

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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