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Política & Poder

Lula mira antigo cinturão vermelho do PT em SP com aliados cotados para 2026 e sem oposição

Lula lança nova etapa do PAC em Osasco mirando redutos eleitorais perdidos pelo PT

Redação Jornal de Brasília

25/07/2025 23h05

Foto: Evaristo Sá/AFP

Foto: Evaristo Sá/AFP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A nova etapa do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançada nesta sexta-feira (25) pelo presidente Lula (PT) em Osasco (SP), teve como foco regiões onde o partido perdeu força eleitoral nos últimos anos.

O evento ocorreu no bairro Jardim Rochdale, marcado por alta vulnerabilidade social, e reuniu aliados com pretensões eleitorais para 2026. No entanto, prefeitos oposicionistas que receberão os investimentos federais decidiram não comparecer.

Entre os presentes, estavam deputados federais e estaduais do PT e PSOL, além do ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), nome cotado para disputar o governo estadual com apoio petista. A bancada estadual do PT já apoia a aliança, mas o PSOL ainda não se manifestou oficialmente.

Dos R$ 4,7 bilhões anunciados por Lula, R$ 2,5 bilhões serão destinados a municípios paulistas, especialmente a cidades do antigo “cinturão vermelho” — regiões com tradição industrial e sindical da Grande São Paulo, como Caieiras, Embu das Artes, São Bernardo do Campo e periferias da capital.

O governo federal nega qualquer motivação eleitoral na distribuição dos recursos. Segundo o Ministério das Cidades, as propostas escolhidas foram as mais adequadas tecnicamente e com melhor viabilidade de execução. Em nota, a pasta afirmou que “os recursos são liberados mediante a seleção de propostas apresentadas pelos entes públicos e habilitadas pelo governo federal.”

As obras previstas têm foco em estruturação urbana, incluindo infraestrutura, prevenção de riscos, habitação, meio ambiente, regularização fundiária, desenvolvimento socioeconômico e acesso a serviços públicos.

Apesar do volume de recursos e do convite formal, prefeitos das cidades contempladas — todos de partidos de centro-direita — não compareceram. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também esteve ausente. Ele passou a semana no interior paulista, após críticas à sua reação diante do tarifaço dos EUA sobre produtos brasileiros, anunciado por Donald Trump. Na ocasião, Tarcísio chegou a culpar Lula pela medida.

Durante seu discurso, Lula criticou indiretamente a ausência do governador:

“Quando a gente vai a uma cidade, a gente convida o prefeito para vir. Eu convido o governador para participar de todos os eventos que eu faço. Eu nunca me importei de saber de que partido é o prefeito ou governador. Eu estou aqui numa missão simplesmente institucional.”

A única exceção entre os prefeitos foi Gerson Pessoa (Podemos), de Osasco. Reeleito com 75,28% dos votos — e 79,75% no bairro onde ocorreu o evento — ele foi vaiado por uma plateia majoritariamente petista. O deputado estadual Emídio de Souza (PT), pré-candidato à prefeitura em 2028, teve apenas 12,91% dos votos na região.

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