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Política & Poder

Investigação de Milton Ribeiro pode ter sofrido interferência

O delegado da Polícia Federal e responsável pelo pedido de prisão de Milton Ribeiro disse não ter “autonomia investigativa” no inquérito

Camila Bairros

24/06/2022 12h26

Foto: Evaristo Sá/ AFP

Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, foi preso na última quarta-feira (22). Mas a Justiça Federal em Brasília enviou a investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), porque alguém com foro privilegiado poderia estar interferindo a apuração.

A decisão foi assinada pelo juiz Renato Borelli, e tem a transcrição de conversas de Milton Ribeiro obtidas por interceptação telefônica. Nelas, é possível observar que o ex-ministro sabia do andamento da apuração, ou seja, poderia estar sendo informado por outra pessoa.

“Tudo caminhando, tudo caminhando. Agora tem que aguardar. Alguns assuntos estão sendo resolvidos pela misericórdia divina: o negócio da arma, resolveu. Aquela mentira que eles falavam que os ônibus estavam superfaturados no FNDE, também. Agora vai faltar o assunto dos pastores, né? Uma coisa que eu tenho receio um pouco é de o processo fazer aquele negócio de busca e apreensão, entendeu?”, disse Milton em um telefonema. O juiz pede que o caso seja remetido à ministra Cármen Lúcia, para que ela decida se a investigação permanecerá na Justiça de Brasília ou se será desmembrada. “Como se trata de procedimento em fase levantamento de informações na investigação, a manutenção do sigilo ainda é salutar para o andamento das investigações”, diz Borelli no documento.

Bruno Calandrini, delegado da Polícia Federal e responsável pelo pedido de prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, afirmou em mensagem enviada a colegas que houve “interferência” na condução do caso e disse não ter “autonomia investigativa” no inquérito. A apuração para verificar a possível mediação está sendo feita.

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