YURI EIRAS E JOSÉ MATHEUS SANTOS
FOLHAPRESS
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi vaiado, nesta quarta-feira (15), enquanto participava de evento alusivo ao Dia dos Professores junto com o presidente Lula (PT) no Rio de Janeiro.
A plateia, formada inclusive por professores, também proferiu gritos de “sem anistia” enquanto o presidente da Câmara começava a fala.
Diante da reação do público, Lula se levantou e ficou ao lado do presidente da Câmara, em uma tentativa de conter os ânimos. O presidente da República já adotou essa postura de ficar em pé ao lado do falante em eventos com governadores adversários durante o atual mandato.
Motta não foi anunciado pelo cerimonial do evento. Ele teve a palavra cedida pelo ministro da Educação, Camilo Santana, para expor as votações ligadas à educação realizada neste ano na Câmara.
Camilo cedeu a palavra a Motta após encerrar o discurso e ouvir um apelo de Lula. Diante disso, o ministro da Educação voltou ao microfone e citou votações no Congresso, cedendo, em seguida, a palavra ao presidente da Câmara.
“Neste dia nacional do professor, é uma honra estar aqui ao lado do senhor, sem dúvida alguma, o presidente que mais fez pela educação do Brasil, está demonstrando mais uma vez esse compromisso”, disse Motta, em elogio a Lula, uma semana após nova tensão na relação entre Câmara e governo com a derrubada da Medida Provisória alternativa ao aumento do IOF.
No final do discurso, o volume de vaias foi reduzido e com gritos isolados contra o presidente da Câmara. Motta foi cumprimentado por ministros e por deputados aliados de Lula, como o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ).
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, também foram vaiados por parte dos professores municipais presentes no evento. Paes tentou aplacar as vaias com anúncio de reajuste anual e acordo de resultados à categoria.
Durante o evento, o governo lançou a carteira nacional docente, que prevê descontos e vantagens aos professores. O documento tem validade de dez anos e é destinado a professores de todos os níveis e etapas da educação, das redes públicas e privadas. O sistema de solicitação será aberto a partir desta quinta-feira (16), por meio da página do programa Mais Professores, com acesso via conta gov.br.
Além de Camilo Santana, também estavam presentes os ministros Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Anielle Franco (Igualdade Racial).