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Política & Poder

Haddad usa mais verba pública na campanha entre candidatos ao Governo de SP

Tarcísio de Freitas é o que recebeu menos verba pública dos partidos e é também aquele com maiores doações de pessoas físicas

FolhaPress

25/09/2022 13h55

Foto: AFP

Carolina Linhares

Líder na eleição para o Governo de São Paulo, segundo o Datafolha, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) é também o candidato com o maior repasse até agora de verba pública de partidos para sua campanha, num total de R$ 24,6 milhões (92% do teto de gasto permitido).

Com base em dados de quinta-feira (22), entre os três candidatos com maiores chances de ir ao segundo turno, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) é o que recebeu menos verba pública dos partidos (R$ 9,1 milhões) e é também aquele com maiores doações de pessoas físicas (R$ 4,9 milhões).

Faz parte do grupo de doadores Octavio Teixeira Brilhante Ustra, advogado e sobrinho do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado em segunda instância por tortura e sequestro no regime militar (1964-1985). Ele repassou R$ 20 mil.

O empresário Abilio Diniz doou R$ 200 mil e o ex-piloto bolsonarista Nelson Piquet, R$ 100 mil.
O governador Rodrigo Garcia (PSDB) recebeu R$ 21,4 milhões de partidos, recursos que compõem o fundo eleitoral, que é público. As doações privadas somam R$ 1,35 milhão.

De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira, Haddad marca 34%, Tarcísio tem 23%, e Rodrigo, 19%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

A Justiça Eleitoral estabeleceu que, no primeiro turno, os candidatos ao governo paulista podem gastar, no máximo, R$ 26,7 milhões. Haddad tem despesas declaradas de 17,4 milhões, enquanto os gastos de Tarcísio somam R$ 15,8 milhões e de Rodrigo, R$ 21,7 milhões.

A arrecadação declarada de cada um, seja via partidos ou via doações, é de, respectivamente R$ 24,7 milhões, R$ 14 milhões e R$ 22,7 milhões. Até o dia 2 de outubro, porém, os candidatos podem receber mais verbas e declarar mais gastos.

O PT, que repassou R$ 19,5 milhões a Haddad (quase 4% dos R$ 499,6 milhões do fundo eleitoral da sigla), tem investido na campanha paulista por enxergar nesta eleição a melhor chance em anos de vencer no estado –governado pelo PSDB há quase 30 anos.

O petista tem o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) como principal cabo eleitoral na campanha. O PSB, que compõe a chapa com a vice Lúcia França, repassou outros R$ 5 milhões. Há ainda R$ 122 mil doados pelo diretório estadual do PT.

Haddad tem como principal despesa o pagamento de R$ 11,5 milhões a uma agência de comunicação. Há ainda gastos com pesquisas (R$ 2 milhões) e com escritórios de advocacia (1,76 milhão), sendo apenas R$ 3,4 mil declarados com deslocamentos.

Assim como seu padrinho, o presidente Jair Bolsonaro (PL), a campanha de Tarcísio tem buscado doadores e depende mais dessas contribuições, já que o repasse dos partidos é menor. O Republicanos destinou R$ 1 milhão (do fundo eleitoral de R$ 240,6 milhões), além de R$ 4,4 milhões do fundo partidário -outra fonte de recursos pública dos partidos.

O PSD, partido do vice Felicio Ramuth, doou R$ 6,4 milhões. Entre as pessoas físicas que destinaram verba à campanha, a maior quantia veio de Luciano Maffra (R$ 300 mil), que é agropecuarista. Rubens Ometto, do Grupo Cosan, doou R$ 200 mil.

Também a exemplo da campanha de Bolsonaro, que recebeu uma série de microdoações que geraram transtorno para a contabilidade, Tarcísio tem uma série de doações inferiores a R$ 100. O bolsonarista já gastou R$ 9,5 milhões com publicidade na TV e comunicação e R$ 3 milhões com advogados. O gasto com deslocamento é de R$ 66 mil e não há despesas declaradas com pesquisas.

Rodrigo tem em sua coligação a União Brasil, partido com maior fundo eleitoral: R$ 776,5 milhões. A legenda do vice Geninho Zuliani destinou ao tucano R$ 10 milhões (1,3%) do fundo eleitoral e mais R$ 1,4 milhão do fundo partidário.

Com isso, superou o repasse do próprio PSDB, que foi de R$ 10,03 milhões (3,16% do fundo eleitoral de R$ 317,3 milhões). Entre os doadores privados estão a família Garms (R$ 1 milhão), empresários do ramo de energia, e Abilio Diniz (R$ 200 mil).

Os principais gastos de Rodrigo são R$ 5 milhões com gráfica e R$ 2,5 milhões com marketing. Há ainda R$ 1,4 milhão pago a advogados, R$ 2,4 milhões com deslocamentos e R$ 1,5 milhão com pesquisas.

Fernando Haddad (PT)
Arrecadação total: R$ 24,7 milhões
Verba pública de partidos: R$ 24,6 milhões Doações de pessoas físicas: R$ 50,2 mil Vaquinha: R$ 8,2 mil Despesas totais: R$ 17,4 milhões

Tarcísio de Freitas (REPUBLICANOS)
Arrecadação total: R$ 14 milhões
Verba pública de partidos: R$ 9,1 milhões Doações de pessoas físicas: R$ 4,9 milhões Vaquinha: R$ 10,3 mil Despesas totais: R$ 15,8 milhões

Rodrigo Garcia (PSDB)
Arrecadação total: R$ 22,7 milhões
Verba pública de partidos: R$ 21,4 milhões Doações de pessoas físicas: R$ 1,35 milhão Vaquinha: zero Despesas totais: R$ 21,7 milhões

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