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Política & Poder

Gonet afirma não ver ilicitude em contrato do Master com escritório de familiares de Moraes

Em relação ao contrato, Gonet afirmou que não ter vislumbrado, “a priori, qualquer ilicitude que justifique a intervenção desta instância”, numa referência à Procuradoria-Geral da República.

Redação Jornal de Brasília

30/12/2025 9h09

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Foto: Antonio Augusto/STF


BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, determinou o arquivamento de um pedido de investigação sobre a possível atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no caso do Banco Master.


Entre os argumentos do autor, o advogado Enio Martins Murad, para justificar a abertura de uma apuração foi citado o contrato do Master com o escritório de familiares de Moraes no valor de R$ 3,6 milhões mensais para auxiliar na defesa dos interesses da instituição financeira, recentemente liquidada pelo Banco Central. A existência do contrato foi revelada pelo jornal O Globo.


Em relação ao contrato, Gonet afirmou que não ter vislumbrado, “a priori, qualquer ilicitude que justifique a intervenção desta instância”, numa referência à Procuradoria-Geral da República.


O chefe do Ministério Público Federal afirmou que não está no escopo de sua atuação e nem é da competência do Supremo “a ingerência em negócios jurídicos firmados entre particulares, especialmente quando resguardados pela autonomia intrínseca à atividade liberal da advocacia”.


Em outra passagem da manifestação, a respeito de eventuais pressões que Moraes teria feito sobre o Banco Central relativas ao Master, Gonet afirmou que no material apresentado por Murad há “absoluta ausência de lastro probatório mínimo que sustente a acusação formulada” e que seguir adiante com uma apuração seria “incursão meramente especulativa”.


“Tanto o representado [Moraes] quanto o presidente do Banco Central [Gabriel Galípolo] negaram, de forma peremptória e convergente, a ocorrência de qualquer pressão exercida pelo Ministro sobre os interesses do Banco Master”, disse o procurador-geral.


O relato de que o ministro teria procurado o chefe do BC para conversar sobre negócio do Master ampliou os questionamentos sobre o magistrado.


Segundo a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, Moraes teria feito contato com Galípolo quatro vezes sobre o tema. A reportagem afirma ter colhido relatos de seis pessoas que teriam tomado conhecimento dos diálogos pelo próprio presidente do Banco Central e por outros integrantes da instituição.


Moraes divulgou nota em que afirma ter recebido Galípolo para reuniões “em virtude da aplicação da Lei Magnitsky”. O ministro não citou data de encontros com o presidente do BC.


Moraes se tornou alvo de sanções financeiras impostas pelo governo dos Estados Unidos em 30 de julho, e a punição foi retirada no dia 12 de dezembro.

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