FÁBIO PUPO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que está à disposição do STF (Supremo Tribunal Federal) para prestar informações sobre o caso do Banco Master.
A declaração foi dada após o ministro Dias Toffoli ter determinado, nesta semana, uma série de oitivas em 30 dias sobre o caso, incluindo a de dirigentes do BC.
Segundo Galípolo, o Banco Central colaborou com as investigações e disse que a instituição já forneceu ao Ministério Público e à Polícia Federal informações relacionadas ao caso desde o início do processo.
O presidente do BC afirmou que todas as etapas da atuação da autoridade monetária estão registradas. De acordo com ele, cada uma das reuniões, trocas de mensagens e demais comunicações “está devidamente documentado”.
Galípolo afirmou que tanto ele, pessoalmente, quanto o Banco Central como instituição estão disponíveis para colaborar com o Supremo. “Eu, enquanto presidente, estou à disposição, obviamente, para poder fornecer todos [os dados]”, afirmou.
Galípolo disse que a condução do processo segue a experiência do BC em casos semelhantes, ressaltando a necessidade de que a apuração seja consistente e se sustente ao longo do tempo.
O BC repassou informações a investigadores sobre o caso Master após identificar indícios de fraude nos números da instituição, que estava sob análise da autarquia desde que pediu autorização para ser vendida ao estatal BRB. A transação foi vetada pela autoridade monetária e o Master entrou em liquidação.
No despacho desta semana, Toffoli afirmou que oitiva era necessária para as investigações e para a proteção do sistema financeiro.”Da análise preliminar dos documentos referidos verifica-se a absoluta necessidade da realização de diligências urgentes, não só para o sucesso das investigações, mas também como medida de proteção ao Sistema Financeiro Nacional e às pessoas que dele se utilizam”, disse no despacho.
Ele determinou, ainda, que a custódia dos materiais apreendidos pelas investigações seja mantida em seu gabinete no STF, alegando que a medida evitaria nulidades e garantiria resultados efetivos.
Ele determinou, ainda, que a custódia dos materiais apreendidos pelas investigações seja mantida em seu gabinete no STF, alegando que a medida evitaria nulidades e garantiria resultados efetivos.
Desde 3 de dezembro, as diligências e medidas relacionadas à investigação contra Daniel Vorcaro e o Banco Master são avaliadas por Toffoli, por decisão do próprio magistrado. Com as determinações desta semana, o ministro deu andamento à investigação, mas segue com a atribuição de autorizar ou não passos adicionais, como os pedidos de informações e quebras de sigilo.
A decisão de concentrar a investigação no STF foi dada após pedido da defesa do banqueiro, feito no fim de novembro, para levar as investigações sobre o empresário ao tribunal. A solicitação foi feita após um envelope com documentos de um negócio imobiliário relacionado ao deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) ter sido encontrado em uma busca e apreensão.
Toffoli também determinou, dias antes, a retirada dos documentos com o sigilo das mensagens de celular de Vorcaro da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS no Congresso Nacional.
O colegiado havia aprovado na mesma semana a quebra do sigilo bancário e telemático do dono do Banco Master. A documentação, após a ordem do ministro, foi retirada dos arquivos da investigação da CPMI.