A tarde da última sexta-feira (14) foi marcada pela sessão especial ocorrida no plenário do Senado Federal que homenageou o pioneirismo da biofísica no Brasil, celebrando o importante legado deixado pelo cientista brasileiro Carlos Chagas Filho. Sua contribuição à neurofisiologia projetou o Brasil para o centro das pesquisas internacionais em biofísica. Filho do médico sanitarista e infectologista Carlos Chagas, responsável por descobrir e descrever a Doença de Chagas, ele deu continuidade a um legado científico que marcou de forma definitiva a história da pesquisa no país.
Na ocasião, também foram lembrados os 80 anos de fundação do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O encontro ocorreu por iniciativa do senador Marcos Pontes (PL-SP). De acordo com o parlamentar, a trajetória de Chagas Filho representa um capítulo essencial da construção científica do país. “Hoje [sexta] reverenciamos um dos maiores nomes da ciência nacional, o homem cuja visão, rigor acadêmico e dedicação à pesquisa transformaram para sempre a história da ciência biomédica no Brasil e projetaram mundialmente a excelência do nosso país. É celebrar um capítulo essencial da construção do Brasil moderno, o nascimento da biofísica como área estratégica e o legado de dois nomes que marcaram nossa história científica, Carlos Chagas e Carlos Chagas Filho”, destacou o senador sentado ao lado de Maria Pia Chagas Marcondes Ferraz Montenegro, bisneta e neta dos homenageados, que representou a família.
O parlamentar ressaltou que está trabalhando para consolidar a memória da família Chagas e fortalecer o papel da ciência como política de Estado. Pelo PL 3.967/2024, o senador propõe inscrever Carlos Chagas no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria, e pelo PL 138/2024, pretende instituir o Dia Nacional do Biofísico, a ser comemorado em 12 de setembro. Os dois projetos foram aprovados pelo Senado e agora aguardam votação na Câmara dos Deputados.
Foi uma grande emoção falar de meus avós, pois eu era muito ligada a eles. O senador astronauta Marcos Pontes me impressionou muito pela sua competência, trajetória de vida e a paixão pela ciência. Foi um grande reconhecimento ao meu avô e bisavô, que deveria ter ganho o prêmio Nobel. Precisamos entender que investir em pesquisa é investir no futuro de um país”, enfatizou Maria Pia. Pró-reitor da UFRJ, João de Mello Neto lembrou parte das ideias centrais de Carlos Chagas Filho, ressaltando que sua visão sobre o papel da pesquisa permanece indispensável para o país. “Ao homenagearmos Chagas Filho neste plenário, não estamos apenas voltando os olhos para o passado; estamos, na verdade, observando lições. Uma delas é que não há projeto de país sem projeto de ciência e educação”, disse.