O ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha será ouvido nesta terça-feira, 1°, pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que retoma as atividades depois do recesso parlamentar do meio do ano. O depoimento está marcado para começar às 9h.
Nomeado no primeiro dia do governo Lula, Cunha estava à frente das atividades da Abin quando as sedes dos Três Poderes foram atacadas por radicais em Brasília. Ele deixou o cargo em março, quando Luiz Fernando Corrêa assumiu o comando da agência.
“Quase ninguém foi trocado na semana em que tudo foi planejado. É que o novo governo não tinha uma equipe. À exceção de Saulo, as outras diretorias não foram nomeadas e para que não ficassem vagas, os diretores que ocupavam as funções não puderam ser exonerados. Durante a semana, a situação na agência foi descrita como de caos”, diz o requerimento do senador.
Entre os dias 2 e 8 de janeiro, a Abin emitiu 19 informes sobre as movimentações que estavam sendo feitas por radicais. No dia 7, véspera dos ataques, a quantidade de ônibus que chegou a Brasília e o número estimado de pessoas que se deslocaram à cidade também foram informados pela agência.
A sessão desta terça-feira, que marca a retomada dos trabalhos da CPMI, é a primeira a ser realizada depois da divulgação do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que mostrou uma movimentação de R$ 17,1 milhões na conta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O dinheiro foi recebido por transferências via Pix. Uma possível explicação para os valores é a “vaquinha” feita pelos apoiadores para que o ex-chefe do Executivo pagasse multas e condenações processuais.
Estadão Conteúdo