JULIANA ARREGUY
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Contra o projeto de lei da dosimetria e novamente sob o mote de “Congresso inimigo do povo”, movimentos sociais e quadros de esquerda planejam manifestações para este domingo (14), mais uma vez apostando na presença de artistas.
Os atos são previstos em mais de 40 cidades e foram marcados ao longo da última semana após a Câmara dos Deputados aprovar, na madrugada de quarta (10), o projeto que prevê redução de penas para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e demais presos por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023.
O cenário é semelhante ao dos atos de 21 de setembro, ocorridos após a Câmara ter aprovado, a toque de caixa, a PEC da Blindagem, que determinava a abertura de investigações contra parlamentares apenas mediante aprovação do Legislativo.
Na ocasião, os protestos foram organizados às pressas, assim como os de agora, e tiveram o cantor Caetano Veloso como um de seus principais apoiadores ele se apresentou junto de Chico Buarque, Gilberto Gil e outros artistas em Copacabana, no Rio de Janeiro. O artista confirmou que se apresentará novamente no local neste domingo, às 14h, junto de Gil e Paulinho da Viola.
Os atos contra a PEC da Blindagem reuniram por volta de 42,4 mil pessoas em São Paulo e 41,8 mil pessoas no Rio de Janeiro, segundo levantamento do Monitor do Debate Político do Cebrap e a ONG More in Common, comparecimentos semelhantes aos atos bolsonaristas de 7 de setembro nos mesmos locais.
A avenida Paulista teve shows de Otto, Leoni, Emicida e Rashid. Novamente, o cartão postal da capital paulista servirá de palco para o protesto deste domingo, também previsto para começar às 14h. Desta vez, estão previstos shows de Chico César, Samba de Maria e Mistura Popular.
Os organizadores esperam conseguir travar o avanço do PL da Dosimetria no Senado. Em setembro, três dias após as manifestações contra a PEC da Blindagem, a Casa arquivou a proposta que havia sido aprovada pela Câmara.
Os ministros do governo Lula (PT), então, haviam sido orientados a não comparecerem aos atos para não agravar o atrito do Executivo com o Legislativo.
Com a relação ainda mais estremecida com o Congresso Nacional, desta vez o Palácio do Planalto não fez a mesma orientação aos seus ministros. Ainda assim, nenhum deles confirmou, por ora, presença nos atos.
“Tenho respeito pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre. Sempre defendo o Congresso Nacional como expressão da democracia, mas as Casas optaram por uma agenda extremamente impopular, que gera instabilidade institucional, uma agenda de confronto político”, disse Edinho Silva, presidente nacional do PT, à Folha.
Ele tem convocado os atos nas redes sociais. “Sempre vou procurar ser um agente do diálogo e da pacificação política, mas jamais vou deixar de defender o fortalecimento da democracia e os interesses populares. Jamais vou deixar de defender as posições históricas do PT”, afirmou.
Os atos são organizados pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas ao PSOL e ao PT e que reúnem movimentos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e a CUT (Central Única dos Trabalhadores).
“Essa pauta de Congresso inimigo do povo pegou”, afirma a coordenadora nacional da Frente Povo Sem Medo, Ana Paula Perles. “Essa prática de votações, de retirada de direitos na calada da noite, está virando uma prática que envergonha a sociedade brasileira”, acrescentou.
CIDADES COM ATOS MARCADOS
Norte
Rio Branco (AC): Lago do Amor, às 17h
Manaus (AM): Avenida Getúlio Vargas, às 9h
Macapá (AP): Praça Veiga Cabral, às 16h
Belém (PA): Escadinha das Docas, às 9h
Boa Vista (RR): Praça das Águas, às 17h
Porto Velho (RO): Praça da Estrada de Ferro, às 15h
Palmas (TO): Feira do Bosque, às 17h
Nordeste
Maceió (AL): Praça 7 Coqueiros, às 9h
Salvador (BA): Morro do Cristo, às 10h
Fortaleza (CE): Praia de Iracema, às 15h
Sobral (CE): Boulevard do Arco, às 18h
São Luís (MA): Largo do Carmo, às 9h
João Pessoa (PB): Busto de Tamandaré, às 9h
Recife (PE): Rua da Aurora, às 14h
Teresina (PI): Praça Pedro II, às 9h
Mossoró (RN): Teatro Municipal, às 17h
Natal (RN): Av. Roberto Freire, às 8h
Aracaju (SE): Praia da Cinelândia, às 14h
Centro-Oeste
Brasília (DF): Marcha do Sesi LAB ao Congresso, às 10h
Goiânia (GO): Praça Universitária, às 15h
Cuiabá (MT): Praça Ulysses Guimarães, às 8h
Campo Grande (MS): Avenida Afonso Pena com 14 de Julho, às 8h
Sudeste
Vitória (ES): UFES, às 16h
Belo Horizonte (MG): Praça Raul Soares, às 9h
Divinópolis (MG): Feira do Niterói, às 8h30
Ipatinga (MG): Feira do Canaã, às 9h30
Juiz de Fora (MG): Praça da Estação, às 10h
Montes Claros (MG): Praça da Matriz, às 8h
Passos (MG): Feira Livre da JK, às 9h
Poços de Caldas (MG): Praça Pedro Sanches, às 10h
Serra do Cipó (MG): Praça Central, às 10h
Teófilo Otoni (MG): Praça da Imigrantes, às 8h30
Uberaba (MG): Feira da Abadia, às 10h30
Uberlândia (MG): Praça Clarimundo Carneiro, às 9h30
Rio de Janeiro (RJ): Posto 5 de Copacabana, às 14h
Araçatuba (SP): Câmara Municipal, às 9h
Araraquara (SP): Parque Infantil, às 10h
Botucatu (SP): Em frente EECA, às 10h
Campinas (SP): Largo do Pará, às 9h
Ribeirão Preto (SP): Esplanada Pedro II, às 15h30
Santos (SP): Estação da Cidadania, às 14h
São Paulo (SP): Av. Paulista, em frente ao MASP, às 14h
Sorocaba (SP): Praça da Bandeira ao lado do Shop. Cianê, às 10h
Sul
Curitiba (PR): Boca Maldita, às 14h
Maringá (PR): av. Brasil com av. Getúlio Vargas, às 14h
Porto Alegre (RS): Arcos da Redenção, às 14h
Florianópolis (SC): Ponte Hercílio Luz, às 9h30
Itajaí (SC): Praça Beira Rio, às 9h
Joinville (SC): Praça Nereu Ramos, às 17h