O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha promete fazer revelações bombásticas nos próximos meses. Cunha vai lançar o livro “Tchau, Querida”, onde contará detalhes sobre o processo de impeachment de Dilma Rousseff, em 2015.
A colunista Monica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, teve acesso à introdução do livro, que ainda não passou por revisão gramatical. No trecho, Cunha culpa três figuras políticas pelo impeachment de Dilma: o ex-presidente Michel Temer, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o candidato à presidência da Casa, deputado Baleia Rossi — que é apoiado por Maia.
Cunha critica o livro de Temer, “A Escolha”, ao afirmar que o ex-presidente quis dizer que apenas foi beneficiado com o cargo e que não teve envolvimento no impeachment. Para Cunha, foi o contrário: Temer militou para derrubar Dilma.
“O principal beneficiário do processo, foi sim o militante mais atuante e importante. Sem essa sua atuação não teria havido o impeachment.”
Segundo Cunha, Maia “não tinha limites para a sua ambição e vaidade”. O atual presidente da Câmara teria sido um articulador e “um dos principais militantes” pelo impeachment, buscando “os holofotes dessa participação”. Maia teria cedido sua residência para sediar reuniões cruciais para o impedimento de Dilma.
Quanto a Baleia Rossi, o deputado teria trabalhado no impeachment buscando ser beneficiado através de seu pai, Wagner Rossi, “ex-deputado e principal ‘parceiro’ político de Michel Temer, como lembra Cunha no livro:
“Para quem não sabe, coube a Wágner Rossi, a aproximação entre Michel Temer e Joesley Batista. Isso está refletido nas delações de Joesley e de Lúcio Funaro. Dentre as denúncias, a empresa “A Ilha Produção ltda “, pertencente ao irmão de Baleia e a sua mulher, receberam nas campanhas eleitorais de 2010, 2012 e 2014, milhões de reais em pagamentos oficiais e caixa 2, inclusive da Odebrecht, conforme outra delação, dessa vez do marqueteiro Duda Mendonça.”
Cunha cita ainda que Baleia quase assumiu o Ministério dos Esportes durante a gestão Temer, mas só não chegou ao cargo porque, à época, era investigado por fraudes na merenda escolar de São Paulo. Este processo foi arquivado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dois anos depois.