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Política & Poder

Em cerimônia, Tarcísio silencia sobre operação da PF contra Bolsonaro

O órgão chegou a derrubar o sigilo do documento, em razão de “interesse público geral e preponderante”, mas as informações só serão divulgadas após o encerramento

Redação Jornal de Brasília

03/05/2023 19h47

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta quarta-feira, 3, um programa anticorrupção a ser instalado na estrutura administrativa do Executivo paulista. O governador silenciou, porém, sobre a operação realizada no mesmo dia pela Polícia Federal por suposta inserção de dados falsos no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político.

Em evento no Palácio dos Bandeirantes com prefeitos, deputados e integrantes do Ministério Público e da Controladoria Geral do Estado, o governador disse que era dia de celebrar a “governança e a integridade”. “Vamos implantar a cultura da governança no Estado. (…) Não vamos tolerar a corrupção. Quem for pego em corrupção vai ser punido exemplarmente”, disse. Uma estrutura para atendimento à imprensa chegou a ser montada, mas a coletiva não ocorreu.

Batizada de Venire, a operação da PF deflagada nesta quarta-feira, 3, investiga suspeita de adulteração nos cartões de vacinação de Bolsonaro e de sua filha Laura, que garantem não ter se imunizado contra a covid-19.

A operação realizada pela PF prendeu os ex-assessores do ex-presidente Max Guilherme Sergio Cordeiro e o tenente coronel Mauro Cid. Durante as buscas na residência do ex-presidente, em Brasília, os investigadores apreenderam o celular de Bolsonaro.

A Controladoria-Geral da União já investigava se houve inserção de dados falsos no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro nos sistemas do Ministério da Saúde. O órgão chegou a derrubar o sigilo do documento, em razão de “interesse público geral e preponderante”, mas as informações só serão divulgadas após o encerramento da apuração sobre inserção de dados falsos.

Ex-ministro da CGU no governo Bolsonaro, Wagner Rosário, atual chefe da CGE, também evitou falar sobre a operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente.

Segundo apuração do Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a investigação da CGU que motivou a ação desta quarta-feira foi iniciada ainda na gestão de Rosário. Questionado pela reportagem sobre o que teria motivado a apuração, o atual Controlador-Geral do Estado de São Paulo disse que não falaria com a imprensa.

No final do ano passado, quando Wagner Rosário ainda era chefe da CGU, o órgão chegou a emitir pareceres sobre o acesso ao cartão de vacina do ex-presidente.

Tarcísio esteve com Bolsonaro no dia 1º de maio, na Agrishow, em Ribeirão Preto. Na ocasião, os dois foram ovacionados e o ex-presidente elogiou a gestão de Tarcísio à frente do governo de São Paulo.

O governador também reafirmou a proximidade com o ex-presidente em entrevista à Globo News, divulgada nesta terça-feira, 2. Ele disse que “jamais” disputaria a Presidência contra Bolsonaro em 2026. Afirmou ser “bolsonarista” e de “centro-direita” e disse que fala com o ex-presidente quase todos os dias. “É um amigo próximo”, afirmou.

Radar Anticorrupção

O projeto paulista “Radar Anticorrupção” quer atuar na área de prevenção e detecção de desvios de recursos públicos e fraudes em licitações além de criar um plano de integridade e treinamento para servidores. Segundo o controlador geral do Estado, Wagner Rosário, a proposta inclui um programa de proteção de dados do denunciante e mecanismos antirretaliação.

Foram criados um comitê de combate à corrupção, um plano anticorrupção, um plano de integridade, e a estruturação do registro de sanções e acordo de leniência. Será enviada à Assembleia Legislativa um projeto de estruturação de carreira para os servidores que atuarem neste monitoramento.

Estadão Conteúdo

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