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Política & Poder

Elogiado por Bolsonaro, ministro do TCU se destaca com política de prevenção

No Tribunal há 16 anos, João Augusto Nardes cita a importância de uma boa governança para o país, sobretudo quando voltada aos municípios

Willian Matos

01/03/2021 7h50

Foto: Divulgação

O nome do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), João Augusto Nardes, ficou em evidência na última terça-feira (23), após o presidente Jair Bolsonaro elogiá-lo efusivamente durante a apresentação do Brasil + Prefeito, guia de administração para chefes de municípios elaborado por Nardes.

“Este evento, Brasil + Prefeito, foi totalmente inspirado em uma pessoa que eu conheço há mais de 20 anos: o nosso ministro do TCU e meu colega de Partido Progressista, Augusto Nardes. É um incansável batalhador dessa causa da gerência dos municípios”, declarou Bolsonaro. “E ele sempre me mostrou essa necessidade e foi a pessoa que realmente nos deu o norte para essa missão de, modestamente, apresentar aos senhores prefeitos esse verdadeiro manual”, prosseguiu.

Os elogios feitos ao ministro se justificam ao analisar a atuação de Nardes no TCU nos últimos 16 anos. Em entrevista ao Jornal de Brasília, o ministro relembra mudanças feitas no Tribunal, como, por exemplo, o remanejamento de auditores e a reavaliação das prioridades do órgão em relação à governança pública.

“Buscamos uma mudança na atuação do Tribunal, para sairmos do papel de somente penalizar e multar, para também atuarmos em uma política de prevenção”, relembra o ministro. “Nós mudamos 500 auditores de posições e passamos a fazer um trabalho mais especializado. Tiramos a numeração das secretarias e as denominamos conforme suas áreas de atuação.”

“Em 2014, nós passamos a ver as situações das nossas instituições, especialmente as estatais: se tinham avaliação de risco e planejamento estratégico, se pensavam a médio e longo prazo. Isso nos deu uma capacidade de influenciar a nação brasileira de forma bastante abrangente porque hoje nós temos vários indicadores sobre governança de TI, governança de pessoal, governança de aquisições e agora estamos implantando governança financeira.”

João Augusto Nardes, ministro do TCU

Entre 2013 e 2014, Nardes foi presidente do TCU. Dentre as ações da época, estão a análise das pedaladas fiscais no governo Dilma Rousseff e os manuais criados decorrentes do acordo de cooperação feito com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“Onde há melhor governança, combate-se melhor a pandemia”

Um dos desafios ao longo dos últimos meses foi gerir os recursos aos municípios em meio à pandemia de covid-19. Para o ministro, uma boa governança é fundamental, e a ausência dela pode causar colapsos como o que vive o Amazonas. “Tive a oportunidade de fazer uma exposição no Amazonas sobre governança e fui muito claro para o governador no sentido de que se ele não implantasse a política da governança, teria problema de desvios e fraudes. Infelizmente aconteceu, porque a estrutura do Estado do Amazonas não é similar a de outros estados que estão mais desenvolvidos em termos de governança”, comentou.

Nardes acredita, por exemplo, que a autonomia dada a estados e municípios para comprar doses de vacina contra a covid-19 não implica em bons resultados. “Apesar da autonomia dada aos municípios, eles não têm uma boa governança. Então aconteceu a enxurrada de fraudes e desvios em todo o país. Acho que, estrategicamente, teria sido mais interessante, pela melhor governança, ter a União conduzindo melhor a distribuição desses recursos e com o maior controle possível para evitar desafios intransponíveis para os prefeitos.”

“O Brasil precisa melhorar sua competitividade, entregar resultados na educação, na saúde, na infraestrutura, principalmente se pensamos em ingressar na OCDE. Sem uma boa governança, isso não acontece. Boa parte dos recursos são desviados por falta de controle e monitoramento, que são ferramentas fundamentais da governança.”

Amizade com Bolsonaro

Sobre a boa relação que tem com Bolsonaro, Nardes cita que a amizade se iniciou na Câmara dos Deputados, quando ambos eram deputados federais. “No início do seu governo, me coloquei à disposição, como também me coloquei à disposição dos outros presidentes”, frisa o ministro.

“Hoje, acompanhamos 420 instituições em termos de governança de aquisições, governança de TI, governança de Pessoal e agora governança financeira. Então, o Presidente da República está ciente deste trabalho que estamos fazendo para implantar a governança em todo o Brasil.”

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