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Política & Poder

Datafolha: Aprovação do STF resiste a ataques de Bolsonaro, mas é só de 25%

Apenas 25% dos brasileiros consideram o trabalho dos magistrados do STF como ótimo ou bom, ante 35% que o reprovam

FolhaPress

25/09/2021 8h41

Igor Gielow
Brasília, DF

Alvo preferencial de Jair Bolsonaro na crise institucional em que o presidente mergulhou o país nos últimos meses, o STF (Supremo Tribunal Federal) manteve sua avaliação estável de julho para cá —embora isso não seja exatamente boa notícia para seus 11 ministros.

Apenas 25% dos brasileiros consideram o trabalho dos magistrados da corte como ótimo ou bom, ante 35% que o reprovam e outros 35% que o avaliam como regular.

Foi o que aferiu o Datafolha em sua mais recente pesquisa nacional, com 3.667 entrevistas presenciais em 190 cidades, feita de 13 a 15 de setembro.

Em relação à rodada anterior, em julho, houve uma piora da avaliação dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou menos. Há dois meses, 24% aprovavam o trabalho do Supremo, 36% o consideravam regular e 33%, o reprovavam.

Assim, é possível dizer que o enorme desgaste promovido por Bolsonaro, que elegeu os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso como alvos de uma campanha sistemática, teve danos contidos à já má imagem da corte.

Com efeito, as maiores taxas de reprovação foram registradas entre os 22% que, na amostra total, disseram considerar o presidente ótimo ou bom: 56% reprovam o trabalho da corte.

Também têm uma imagem da corte pior do que a média aqueles com curso superior (42%) e os mais ricos (48% entre quem ganha de 5 a 10 salários mínimos, 51% entre os que recebem mais de 10 mínimos mensais).

Empresários, uma classe minoritária na amostra (2% do total) que sempre é mais alinhada ao presidente, também rejeitam os ministros: 59% os veem como ruins ou péssimos.

Esses dois meses foram palco da radicalização dos ataques de Bolsonaro a outros Poderes.

No caso do Judiciário, o cerco do STF a apoiadores do presidente no inquérito das fake news tocado por Moraes e o embate acerca do voto impresso com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) presidido por Barroso foram gatilhos de ameaça autoritária crescente.

Já havia rusgas anteriores, como a acusação falsa de Bolsonaro de que a corte havia tolhido sua autonomia na gerência da pandemia do novo coronavírus em favor de governadores e prefeitos.

O voto impresso acabou derrotado na Câmara, e bolsonaristas envolvidos com atos antidemocráticos e propagação de mentiras continuaram sofrendo prisões e restrições de suas atividades, de todo modo.

O auge da tensão ocorreu no dia 7 de setembro, em atos com milhares de apoiadores convocados pelo presidente nos quais ele ameaçou o Supremo caso não “enquadrasse” Moraes e disse que não obedeceria a ordens do ministro.

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