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Política & Poder

CPMI do INSS aprova prisão preventiva de advogado Nelson Wilians

Além do pedido de prisão, a CPMI aprovou quebra de sigilos, convocação de aliados e requisição de relatórios sobre fraudes bilionárias no INSS

Redação Jornal de Brasília

25/09/2025 11h48

nelson

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Na primeira parte da reunião desta quinta-feira (25/9), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou o pedido de prisão preventiva do advogado Nelson Wilians Fratoni Rodrigues. Ele é apontado como ligado ao empresário Maurício Camisotti, investigado por ser um dos beneficiários finais do esquema de descontos indevidos contra aposentados e pensionistas do INSS.

Além da prisão, o deputado Rogério Correia (PT-MG), autor dos requerimentos (REQ 1.868/2025 e REQ 1.817/2025), solicitou também a quebra de sigilos bancário e fiscal de Nelson Wilians, bem como o envio de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre suas movimentações financeiras entre 2019 e 2025.

“A Polícia Federal já representou pela prisão preventiva do investigado, em razão dos riscos de obstrução da investigação e continuidade delitiva. Embora o pedido tenha sido negado monocraticamente pelo ministro André Mendonça, do STF, permanecem atuais e graves os fundamentos para a custódia cautelar, diante da magnitude da organização criminosa e do prejuízo bilionário causado a milhões de segurados do INSS”, afirmou Rogério Correia.

Na semana passada, Nelson Wilians prestou depoimento à CPMI na condição de testemunha, mas silenciou diante das perguntas, amparado por um habeas corpus concedido pelo STF.

Requerimentos aprovados

Ao todo, os parlamentares aprovaram 25 requerimentos nesta quinta-feira. Entre eles, destacam-se:

  • A convocação de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), citado em oito requerimentos distintos;
  • O chamado para depor de Aline Bárbara Mota de Sá Cabral, ex-secretária de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, que também presta depoimento hoje;
  • E a convocação do empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, ex-sócio de Nelson Wilians Rodrigues.

Novos desdobramentos

A CPMI ainda requisitou informações ao Ministério da Previdência Social, à Dataprev, ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados e ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Os pedidos abrangem relatórios sobre empresas suspeitas de ligação com o caso e registros de entrada de investigados nas dependências do Congresso Nacional.

Com a aprovação dos requerimentos, a CPMI amplia o cerco em torno do esquema que já é considerado uma das maiores fraudes contra segurados do INSS, com prejuízos bilionários e suspeitas de uma rede de proteção política e empresarial de alto alcance.

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