Mateus Souza
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Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, nesta terça-feira (dia 1º), o senador Rogério Carvalho (PT) apresentou um slide com um organograma de como supostamente funciona o gabinete do ódio. O senador afirma que o grupo contribuiu para embasar a ideia de que a imunidade de rebanho surtiria efeito contra a pandemia. Hoje, a comissão ouve o depoimento da médica Nise Yamaguchi.
“Eles têm uma teoria nefasta, fúnebre de expor à própria sorte os brasileiros, com relação à doença. Aqui tem esse núcleo teórico: o Carlos Wizard, a doutora Nise, que participou, o Paulo Zanotto, o Luciano Azevedo, o Ricardo Barros, que falou da teoria de imunidade de rebanho e o Osmar terra”
Em seguida, o senador nomeou os integrantes de outros núcleo do gabinete, de acordo com o orgonograma.
“O núcleo operacional: o ex-ministro Pazuello, Arthur Weintraub, Mayra Pinheiro e Ernesto Araújo, que esteve aqui com a gente e o núcleo da comunicação do gabinete do ódio: Carlos Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, Felipe Martins e Fábio Wajngarten”

No início da fala, Carvalho, que é sanitarista, também criticou o uso e a defesa da hidroxicloroquina como medicamento contra a Covid-19.
Em reposta, a médica afirmou que a declaração do senador parte do pressuposto de que a cloroquina não funciona.
“Se a hidroxicloroquina e os tratamentos iniciais não funcionam, aí realmente o senhor teria razão. O que acontece é que essa medicações elas têm sido bastante eficientes em tratar pacientes precoces e não dá pra misturar todos os casos em todos os níveis conforme tem sido colocado”, disse Yamaguchi.
Em seguida, o senador rebateu a médica, afirmando que 80% das pessoas com quadro leve da doença melhoram sem sofrer qualquer influência do medicamento. Mesmo assim, Yamaguchi continuou a defender o tratamento precoce.
A médica também afirmou que se sentiu ofendida de ser acusada de integrar o gabinete do ódio.
“Eu tenho que colocar o meu repúdio a essa situação em que eu estou colocada ali, dentro de um gabinete de exceção. Eu estou me sentindo aqui bastante agredida, porque eu estou como colaboradora eventual de várias ações de uma relação direta com a situação clínica de nossos pacientes”, respondeu a médica.
“Eu não acho que a gente possa ser colocado como alguém que atrapalha uma situação, quando a gente está trabalhando cientificamente, tecnicamente, para a evolução dos conhecimentos”, completou Yamaguchi.
O chamado gabinete do ódio é acusado de elaborar um esquema de notícias falsas para atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), autoridades, instituições e a ordem democrática, com incentivo à quebra da normalidade institucional.