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Política & Poder

Centro enxerga ‘derretimento’ de Bolsonaro

Os partidos que dizem se opor aos dois candidatos mais bem colocados, apostam agora em um “derretimento” ainda maior de Bolsonaro

Redação Jornal de Brasília

26/06/2021 8h25

Foto: Alan Santos/PR

A pesquisa do instituto Ipec divulgada pelo Estadão indica o desafio para a viabilização de uma terceira via que seja alternativa ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro. Os partidos que dizem se opor aos dois candidatos mais bem colocados no levantamento apostam agora em um “derretimento” ainda maior de Bolsonaro – por essa avaliação, apenas o petista tem potencialmente vaga assegurada em um eventual segundo turno.

O Ipec mostrou que apenas 13% do eleitorado rejeita votar tanto em Lula quanto em Bolsonaro. Esses eleitores se distribuem entre os que hoje se mostram inclinados a votar em Ciro, Doria e Mandetta. A soma das intenções de voto no ex-presidente e no atual é de 72% – ou seja, quase três em cada quatro brasileiros têm como preferido um dos polos da disputa. São números que mostram pouco espaço para uma candidatura alternativa, ao menos neste momento.

O reforço da polarização também vem sendo apontado por especialistas. “A alternativa de centro – legítima, por natureza – não se consolidou até agora. A soma de preferência dos nomes de centro – Ciro, Doria, Mandetta – não chega aos 23% de Bolsonaro; ou seja, os dados dessa última pesquisa cravam a polarização entre Lula e Bolsonaro”, disse o cientista político José Álvaro Moisés, professor da USP.

Todos os políticos do chamado centro ouvidos pelo Estadão têm a mesma aposta na queda da popularidade de Bolsonaro. “Hoje, as pessoas têm a percepção de que apenas Lula é a alternativa de oposição a Bolsonaro. À medida em que essa candidatura de terceira via ficar clara, esse apoio vai migrar do Lula”, alega o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que quer filiar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para concorrer à Presidência. Hoje sem partido, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (RJ) diz que “cabe alguém no lugar de Bolsonaro no segundo turno”.

“A pesquisa pressiona quem está em dúvida a defender o impeachment de Bolsonaro e também pela unidade em torno do pedido. Também diminui a base de sustentação do presidente”, avaliou o presidente do Cidadania, Roberto Freire.

Estadão Conteúdo

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