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Política & Poder

Câmara aprova corte de benefícios fiscais com aumento de tributação de bets, JCP e fintechs

Votação na madrugada teve apoio do governo e do centrão para evitar corte de mais de R$ 20 bi no Orçamento de 2026

Redação Jornal de Brasília

17/12/2025 6h25

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Créditos: Kayo Magalhães, Câmara

Raphael Di Cunto e Carolina Linhares
Folhapress

A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira (17) o projeto de lei que reduz em 10% parte dos benefícios fiscais do país e aumenta o imposto sobre bets (casas de apostas), fintechs e JCP (Juros sobre Capital Próprio, mecanismo usado por grandes empresas para se financiarem). O texto segue para o Senado.

Houve 310 votos favoráveis e 85 contrários.

Relator da proposta, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) excluiu a desoneração da folha de salários e programas relativos à política industrial para os setores de tecnologia de informação, comunicações e semicondutores do corte dos benefícios fiscais. Incentivos contemplados na Constituição, como prometido pelo governo, também ficaram de fora do alcance da medida.

O relatório também fixou um faturamento mínimo para o corte do benefício tributário de empresas do regime de lucro presumido.

De acordo com o relator, o projeto terá impacto no próximo ano de R$ 17,5 bilhões em recomposição de receitas, de R$ 2,5 bilhões em aumento de impostos com a mudança na tributação do JCP, R$ 1,6 bilhão com fintechs e R$ 850 milhões com bets. Os números foram fornecidos pelo Ministério da Fazenda, afirmou ele.

O objetivo é elevar a arrecadação para evitar um corte de despesas no Orçamento de 2026, o que motivou protestos da oposição de que o governo Lula (PT) teria um instrumento para cobrir mais gastos. Líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE) argumentou que o dinheiro não é para o governo, mas para o país.

Para cobrir o Orçamento, contudo, o texto deveria ser aprovado antes da votação da LOA (Lei Orçamentária Anual), prevista para quinta-feira (18), o que motivou a deliberação nesta madrugada —apoiada por partidos governistas e do centrão e sob obstrução do PL e do Novo.

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