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Política & Poder

Bolsonaro volta a planejar pronunciamento para rebater críticas sobre a pandemia

O aumento das críticas em relação à postura do presidente, no entanto, pressionou o Palácio do Planalto a reagir com um discurso público

Redação Jornal de Brasília

05/03/2021 12h55

GUSTAVO URIBE
BRASÍLIA, DF

Com a escalada da pandemia do coronavírus, que atingiu nesta semana recorde de mortes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a planejar a gravação de um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão.

Na manhã desta sexta-feira (5), dia seguinte ao ter afirmado que não é hora mais para frescura, o presidente convocou integrantes da equipe ministerial para uma reunião no Palácio do Planalto.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que cumpre agenda de viagem, não participou do encontro. E o vice-presidente Hamilton Mourão, mais uma vez, não foi chamado.

O objetivo da reunião, segundo assessores presidenciais, foi avaliar estratégias de reação à piora da pandemia no Brasil. O receio de integrantes do governo é de que a média diária de mortes aumente nas próximas semanas.

O encontro também serviu para discutir dados e números que possam ser utilizados pelo presidente em um discurso em rede nacional. Nesta semana, Bolsonaro já cogitou duas vezes gravar discursos à nação, mas desistiu em ambas.

Nos dois episódios, o presidente foi convencido de que não era hora de fazer um embate com prefeitos e governadores, que adotaram medidas de restrição para tentar diminuir o número de internações pela doença.

O aumento das críticas em relação à postura do presidente, no entanto, pressionou o Palácio do Planalto a reagir com um discurso público.

A expectativa é de que Bolsonaro grave um pronunciamento na tarde desta sexta-feira (5). E que ele seja exibido à noite em cadeia nacional.

Para evita panelaços e buzinaços, assessores palacianos têm defendido que o discurso seja exibido apenas nas redes sociais, evitando televisão e rádio.

A linha defendida no Palácio do Planalto é de que o presidente destaque na gravação a decisão de comprar doses das vacinas da Pfizer e da Janssen e a aprovação de medida provisória que facilita a compra de imunizantes contra o coronavírus.

Bolsonaro foi orientado por ministro palacianos a moderar o discurso contra as gestões municipais e estaduais, mas o presidente já sinalizou, segundo assessores do governo, que reforçará posição contrária a lockdowns.

Nos últimos dias, o presidente se equilibrou entre dar o aval para a compra de um um novo lote de imunizantes e fazer discursos contra o isolamento social.

Ao mesmo tempo que liberou o Ministério da Saúde para sinalizar a compra das vacinas da Pfizer e da Janssen, Bolsonaro potencializou suas retórica radical como aceno à base ideológica.

Nos últimos dias, no entanto, integrantes do bunker digital do Palácio do Planalto identificaram que diminuiu nas redes sociais a defesa à postura do presidente contrária a medidas de restrição.

A reação nas redes sociais alarmou a equipe do presidente, que considerou indispensável apresentar à sociedade uma espécie de prestação de contas sobre o que o governo federal tem feito para reagir às críticas ao presidente.

As informações são da FolhaPress

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