O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta terça-feira (7), que pretende conversar com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a convocação do Irã. Na segunda (6), a chancelaria do país convocou a encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, Maria Cristina Lopes, para que ela explique a postura brasileira a respeito do ataque promovido pelos Estados Unidos que matou o general Qasem Soleimani.
Bolsonaro não quer tomar decisões sem consultar o Itamaraty. “Temos o comércio com o Irã. O Ernesto [Araújo] está fora do Brasil. Chegando aqui, vou conversar com ele. Não costumo conversar de certos assuntos sem antes ouvir o ministro”, afirmou.
“Estou aguardando o que haverá após essa convocação aí. Nós repudiamos terrorismo em qualquer lugar do mundo e ponto final. É um direito deles como é o meu também.”
Aproveitando o tema, o presidente citou o governo Dilma Rousseff. “Tem certas coisas que eu não posso falar. Quando a Dilma aqui não aceitou as credenciais do embaixador de Israel, eu não vi nada na imprensa”, comentou.
“Flagelo do terrorismo”
Na última sexta, dois dias após a morte de Soleimani, o Itamaraty emitiu nota manifestando apoio ao ataque. A pasta chamou o ocorrido de “luta contra o flagelo do terrorismo”. O texto não cita diretamente o nome do general, mas afirma que o Brasil se dispõe a “participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos neste momento”.
A nota afirma também que o “Brasil condena igualmente os ataques à Embaixada dos EUA em Bagdá, ocorridos nos últimos dias, e apela ao respeito da Convenção de Viena e à integridade dos agentes diplomáticos norte-americanos reconhecidos pelo governo do Iraque presentes naquele país”.