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Política & Poder

Bolsonaro quer acelerar privatizações e descarta prorrogar auxílio

Presidente falou em recuperar economia apoiando o consumo

Redação Jornal de Brasília

26/01/2021 10h00

(FILES) In this file photo taken on December 17, 2020, Brazilian President Jair Bolsonaro gestures during the inauguration ceremony of his new Tourism Minister Gilson Machado (not depicted) at Planalto Palace in Brasilia, on December 17, 2020. – On Thursday, January 7, Brazilian president Jair Bolsonaro, an ally of Donald Trump’s government, avoided criticising Trump’s supporters who on Wednesday, January 6, invaded the Capitol and was sympathetic to the accusations of electoral fraud that motivated the riots. (Photo by EVARISTO SA / AFP)

O presidente Jair Bolsonaro falou nesta terça-feira (26) que pretende acelerar privatizações, sem citar quais. Bolsonaro participou, por videoconferência, de evento do Credit Suisse, acompanhado do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do titular da pasta das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Bolsonaro também falou que não vai prorrogar o auxílio emergencial, criado no início de 2020 para amenizar os prejuízos financeiros da população em meio à pandemia de covid-19. “Não vamos deixar que medidas temporárias relacionadas com a crise se tornem compromissos permanentes de despesa”, declarou.

“Nosso objetivo é passar da recuperação baseada no apoio ao consumo para um crescimento sustentável.”

Investidores estrangeiros ouviram o discurso de Bolsonaro. O presidente disse que o ambiente para se colocar dinheiro no país será bastante favorável em 2021. Declarou também que a entrada na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é prioridade da política externa do governo, assim como as reformas fiscal, tributária e administrativa.

“No âmbito fiscal, manteremos firme compromisso com a regra do teto de despesas como âncora de sustentabilidade e de credibilidade econômica. Não vamos deixar que medidas temporárias relacionadas com a crise se tornem compromissos permanentes de despesas. Nosso objetivo é passar da recuperação baseada no apoio ao consumo para o dinamismo do setor privado”, afirmou o presidente.

Com a fala, Bolsonaro contrapõe o pânico criado no mercado financeiro na semana passada, quando o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato do Palácio do Planalto ao comando do Senado, sinalizou em entrevista ao Estadão/Broadcast com uma possível revisão da regra criada no governo do ex-presidente Michel Temer, em 2017, ao dizer que o teto não é “intocado”.

Reformas

O presidente reforçou ainda o apoio à tramitação de reformas econômicas, paradas no Congresso Nacional.

“Vamos avançar na tramitação de propostas das reformas fiscal, tributária e administrativa em parceria com o Congresso Nacional e a sociedade brasileira”, disse.

O governo enviou no ano passado a proposta de reforma administrativa – que reestrutura o RH do Estado, com mudanças na forma como os servidores são contratados, promovidos e demitidos – e a primeira parte da reforma tributária, com a unificação do PIS/Cofins. Antes, em 2019, já tinha enviado três propostas de emenda à Constituição (PECs) com medidas para desengessar o Orçamento público e redistribuir as verbas com Estados e municípios.

Privatizações

Um dia após a saída de Wilson Ferreira Júnior do comando da Eletrobras pela dificuldade do governo em aprovar a privatização da estatal no Congresso, o presidente disse que o governo pretende acelerar leilões de concessões e privatizações. Nos dois primeiros anos, segundo ele, foram incluídos 65 projetos no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), um dos primeiros passos para os leilões.

Bolsonaro defendeu também “regulamentos mais simples” e “menos onerosos” a fim de garantir a admissão do País na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo o presidente, “meta prioritária da política externa brasileira”.

Segundo o presidente, a economia deve crescer 3,5% em 2021. “Apesar da covid, mantemos compromisso com empreendedores, investidores e empregados.”

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