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Política & Poder

Bolsonaro mostrou ‘grande preocupação’ em ver população vacinada, diz Skaf

Skaf também negou estar envolvido em negociações com a empresa AstraZeneca para a aquisição de 33 milhões da vacina pela iniciativa privada

Redação Jornal de Brasília

26/01/2021 18h27

Após encontro com o presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira, 26, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que o chefe do Executivo tem “grande preocupação” em ver a população vacinada. Skaf disse que não recebeu qualquer pedido do presidente relacionado à imunização, mas colocou o setor produtivo à disposição do governo para “ajudar” e “agilizar” o processo no País.

“(O presidente) agradeceu o setor privado brasileiro, que se colocou à disposição para ajudar no que for necessário, e mostrou a grande preocupação que ele está de ver o povo brasileiro vacinado o mais rapidamente possível”, disse na saída do Palácio do Planalto. O empresário disse ainda ter sentido “ansiedade” em Bolsonaro para acelerar a vacinação.

O presidente, contudo, tem colocado em dúvida a eficácia e segurança das vacinas contra a covid-19. Mesmo com o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Bolsonaro argumenta que os imunizantes desenvolvidos são de uso emergencial e, por isso, de efeitos colaterais desconhecidos. Ele também alertou diversas vezes que não tomará o imunizante.

Iniciativa privada

Skaf também negou estar envolvido em negociações com a empresa AstraZeneca para a aquisição de 33 milhões da vacina pela iniciativa privada. Mais cedo, Bolsonaro afirmou ser favorável à compra dos imunizantes por empresas, desde que “a custo zero” para o governo. “Se alguém falou em 33 milhões de doses a pergunta: é de onde saiu isso? A AstraZeneca negou. Eu nunca falei. Vocês não ouviram da minha boca comprar vacina da AstraZeneca e nem desse número”, afirmou.

Sobre o assunto, Skaf afirmou que recebeu um “sinal verde” para atuar em casos especiais em que fornecedores só queiram vender para o setor privado. “O setor privado só quer colaborar naquilo que for necessário. Agora, quem demanda é o governo, porque o governo tem essa estrutura na mão”, disse.

Segundo Skaf, se houver uma chance – fora das vacinas que o setor público compra -, se houver alguma oferta para algum fornecedor que só queira vender para o setor privado, desde que a vacina esteja aprovada pela Anvisa, o setor privado está à disposição para ajudar. “E o governo liberou que isso seja feito”, afirmou.

Skaf ressaltou, contudo, que apesar do governo ter recursos e logística para produzir a vacina, há falta de imunizantes e insumos no mercado. “Falta para o Brasil e falta para o mundo inteiro. Não é um problema brasileiro”, disse. Segundo ele, “ninguém está criando obstáculo para atingir o máximo de eficiência para vacinar a população brasileira o mais rapidamente possível”.

Questionado se as divergências do presidente e do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), teriam atrasado a imunização no País, Skaf opinou que isso é “secundário” e disse preferir não entrar em questões políticas. Além de Bolsonaro, Skaf afirmou ter se reunido hoje com o ministro Braga Netto, da Casa Civil, e com o secretário executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco.

Estadão Conteúdo

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