O presidente Jair Bolsonaro comemorou o crescimento de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano em sua Live semanal. Segundo Bolsonaro, o crescimento, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é “muito bem-vindo”.
Ele e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, que também participou da transmissão, lembraram que algumas projeções apontavam para um porcentual menor de expansão para o PIB do trimestre encerrado em junho. Heleno, por sua vez, destacou que “essa taxa de crescimento cortou a ideia de que estávamos a caminho da recessão”.
“Não sei o que será desse trimestre que já começou, mas o 0,4% é muito bem-vindo”, ressaltou o presidente mais de uma vez na transmissão semanal.
Ainda sobre o crescimento da economia, Heleno disse que as pessoas precisam entender que, acima de “interesses pessoais, das vontades de cada um e de conchavos existe um País que tem tudo para ser grande”. “A gente não se convence de que se precisa colocar interesse nacionais acima dos interesses pessoais”, disse.
O ministro destacou que é preciso que se consiga que a população pense desta maneira, os políticos pensem desta maneira e o poder judiciário encare isso como desafio para modernizar o País. “Se não tivermos essa consciência, levaremos muito mais tempo para chegarmos no lugar onde podemos chegar em pouco tempo.”
Heleno ainda disse que a recuperação do Brasil será mais rápida do que ele imagina. “Não dá para frear o desenvolvimento do Brasil. Tentaram, tentaram, tentaram e o Brasil sai do buraco e mostra o seu potencial”, destacou.
O presidente Bolsonaro aproveitou para falar dos cortes de gastos que foram promovidos no segundo trimestre, dizendo que esses gastos foram menores do que nos primeiros três meses do ano. “Estamos fechando os gargalos. Os gastos públicos diminuíram sobre o primeiro trimestre, estamos fazendo tudo para que não haja desvios”, afirmou.
Induto de natal
Bolsonaro disse que o próximo indulto de natal deve beneficiar policiais presos “injustamente” “Vou escolher alguns colegas policiais que estão presos injustamente. Presos por pressão da mídia. Espero que o pessoal me abasteça de nomes”, afirmou o presidente.
O indulto é concedido por decreto presidencial para perdoar presos condenados a determinados crimes não violentos. Em 2018, o ex-presidente Michel Temer desistiu de editar o decreto, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) não havia julgamento validade do decreto que assinado no ano anterior, que reduzia as restrições e incluir condenados por corrupção entre os beneficiados. Em maio deste ano o Supremo declarou constitucionalidade do indulto de Temer.
Abuso de autoridade
Bolsonaro disse que “bons artigos” da Lei de Abuso de Autoridades devem ser mantidos. O presidente lembrou que o ministro da Justiça e Segurança Pública já propôs vetos sobre alguns pontos. “A gente vai analisar e vamos decidir”, disse Bolsonaro. O presidente tem até 5 de setembro para definir vetos sobre o projeto.
Projeto anticrime
O presidente disse que aguarda a aprovação do projeto anticrime de Moro no Congresso. E sinalizou que enviará depois um projeto do governo sobre retaguarda jurídica, que ele negou ser uma “carta branca para matar”. “Permite ao policial, ao terminar uma missão, ser condecorado e não processado.”
Bolsonaro disse que ainda não apresentou o projeto “para não complicar”. “É complicado muitas vezes o tratamento com o Legislativo. Começa a ter reações com um projeto e o outro e não vai para frente”, afirmou.
Moro
O presidente voltou a sinalizar alinhamento com o ministro Moro. Disse que tem “responsabilidade” sobre o ministro, mas que ele não é “subordinado nem empregado, é colaborador”.
O presidente disse que pode ter divergências com o ministro sobre “alguma coisa que a gente gostaria que fosse feito”. No entanto, “a imprensa potencializa” estes casos, afirmou. “Não tenho nenhum problema com Moro”, disse.
Numa espécie de ato público de desagravo após desentendimentos recentes, o presidente Bolsonaro e o ministro da Justiça participaram nesta quinta-feira, 29, lado a lado, de evento no Palácio do Planalto. Em seu discurso, o presidente se referiu ao auxiliar – que chegou a ter o status de “superministro” – como “patrimônio nacional”. O gesto público de trégua destoa do tom adotado por Bolsonaro nos últimos dias em relação a Moro.