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Política & Poder

Bolsonaristas viajam a Brasília, falam em injustiça com prisão e ironizam coincidência com dia 22

O ex-presidente estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto e foi levado pela PF (Polícia Federal), sob justificativa de garantia da ordem pública

Redação Jornal de Brasília

22/11/2025 10h16

(Foto de SERGIO LIMA / AFP)

MARIANNA HOLANDA E MÔNICA BERGAMO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Aliados e apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) lamentaram a prisão do ex-presidente, falaram em injustiça e ironizaram a coincidência da data da prisão, neste sábado (22), com o número de urna do PL.

Congressistas estão se dirigindo para Brasília, onde deve haver alguma mobilização política em favor do ex-presidente.

Bolsonaro foi preso preventivamente por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), na reta final do processo da trama golpista.

O ex-presidente estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto e foi levado pela PF (Polícia Federal), sob justificativa de garantia da ordem pública. Uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho dele, para a noite deste sábado, motivou a decisão.

“Hoje, dia 22, número do nosso partido, Alexandre de Moraes, no seu mais alto grau de psicopatia, manda prendê-lo preventivamente, porque seu filho Flávio Bolsonaro convocou vigília de oração para hoje à noite. Estamos vivendo o maior capítulo de perseguição política da história do país”, disse o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ).

A referência ao número de urna do PL é repetida por apoiadores nas redes sociais como argumento de uma suposta perseguição por parte do ministro do STF. Em 2022, Moraes, então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), aplicou à legenda uma multa de R$ 22.991.544,60 por litigância de má-fé, por terem entrado com uma ação questionando o resultado das eleições.

A fala de Sóstenes foi gravada de dentro do avião, onde segue para a capital federal.

“Nós, da oposição, estamos nos deslocando imediatamente a Brasília, eu incluso, para acompanhar de perto este momento sombrio e para prestar todo o apoio possível ao presidente Bolsonaro e à sua família. Não ficaremos calados”, disse o líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS).

“Não aceitaremos que o Brasil seja transformado em um país onde a vingança política suplanta a lei, onde decisões monocráticas se sobrepõem às garantias constitucionais, e onde opositores são tratados como inimigos”, continuou.

Já o deputado André Fernandes (PL-CE) disse que está se dirigindo a Brasília para prestar apoio e participar de manifestações. “Que os senadores façam o mesmo, pois só eles podem parar o assassino do Clezão, Moraes”.

O líder do PL no Senado, Rogério Marinho (RN), disse que a decisão de Moraes ultrapassa limites constitucionais e ameaça pilares essenciais do Estado de Direito. “O alerta aqui é institucional e histórico: quando o Direito é moldado para atingir um adversário político, deixa de proteger toda a sociedade. E quando a lei deixa de conter abusos, ela se converte em instrumento do próprio abuso”, afirmou.

Ex-assessor e ministro de Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten relembrou o histórico de problemas de saúde para reforçar que ele não poderia ter deixado a prisão domiciliar. A defesa do ex-presidente protocolou, na sexta (21), pedido para manutenção de Bolsonaro em casa, dizendo haver “risco à vida”.

“Por muitas vezes durante o dia o presidente fica sem respirar, podendo levar a consequências piores. Não foi suficiente para que nenhum ministro nem a corte se sensibilizasse com essa situação”, disse Wajngarten.

“É uma mancha terrível nas instituições, vergonha, e eu espero que num futuro bem próximo, isso seja revisto e o Brasil retorne ao seu caminho civilizatório”, completou.

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