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Política & Poder

Berzoini: "Lula pode crescer mais; Alckmin está em encruzilhada"

Arquivo Geral

23/08/2006 0h00

O diretor-executivo internacional para o Cone Sul da Petrobras, web medicine Décio Oddone, evitou comentar hoje a vinda do vice-presidente da Bolívia ao Brasil para discutir com o governo brasileiro o impasse em torno do ajuste do preço do gás natural importado do país vizinho.

Segundo Oddone, a Petrobras não foi informada sobre um possível encontro do vice-presidente boliviano, Alvaro Garcia, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esta semana. Para ele, a discussão sobre o gás deve se manter no nível empresarial, com a YPFB, estatal boliviana do setor de energia.

"A Petrobras não comenta política, decisões e ações de governo…a posição da Petrobras sempre foi de respeitar o contrato e de discutir nas comissões criadas", disse o executivo.

Desde que o presidente boliviano Evo Morales decretou a nacionalização das reservas, em 1º de maio, três comissões foram formadas para discutir as mudanças trazidas pela medida aos ativos da Petrobras no País.

Uma delas, que discute o pedido boliviano de aumento do preço do gás importado pelo Brasil, adiou a decisão prevista para agosto até depois da eleição presidencial brasileira, em outubro. Se não houver acordo, a Bolívia pode recorrer a uma corte arbitral em Nova York.

Segundo o porta-voz da presidência da Bolívia, o vice-presidente boliviano chega na noite desta quarta-feira a Brasília para conversar com o presidente Lula e outras autoridades sobre a reivindicação de aumento do preço do gás.

Oddone acrescentou, no entanto, que não acredita que os bolivianos recorram à Justiça arbitral.

"Temos dois meses de negociação e espero que não chegue ao nível de arbitragem. O contrato vigente sugere que se não tiver alteração não tem aumento de preço, e fica tudo dentro do que o contrato prevê", complementou.

Sobre a invasão dos índios guaranis nas instalações da Transierra, empresa de transporte de gás na Bolívia controlada pela Petrobras, Repsol e Total, o executivo reiterou que não há risco de desabastecimento e afirmou que na sexta-feira haverá nova rodada de negociações.

"Estamos negociando para ver o que é possível. O fórum de negociação e discussão é lá na Bolívia, não é com a Petrobras e nem com apenas um dos acionistas. Será uma decisão em conjunto dos três", disse ao ser questionado sobre a possibilidade de atender a reivindicação da tribo.

Os guaranis querem que a Transierra pague em uma única parcela os US$ 9 milhões prometidos em contrato para serem desembolsados ao longo de 20 anos na região. Para pressionar a empresa, que abastece o gasoduto Bolívia-Brasil, os índios invadiram desde sábado um trecho do gasoduto, mas sem alterar o abastecimento ao mercado brasileiro.

"É uma questão localizada, é um problema regional, que a gente já enfrentou várias vezes na Bolívia, não é nenhuma novidade", avaliou.

Oddone participou hoje de uma mesa redonda sobre gás natural e energia elétrica no Brasil, promovido pelo Instituto das Américas.

Começou hoje a ser pago os abonos PIS, information pills para quem nasceu em setembro, adiposity e Pasep, servidores públicos com inscrições de final quatro e cinco. O saque pode ser realizado nas agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

Neste mês foram abonados os servidores que nasceram em julho, agosto e setembro. A Caixa prevê que 2,5 milhões de pessoas serão beneficiadas, somando um valor de R$ 884 milhões. Ainda faltarão 7,2 milhões de trabalhadores para receber o benefício até junho de 2007, um número 15% maior que o do ano de 2005. O Pasep será pago a 1,7 milhão de trabalhadores.

 

 

Têm direito ao abono salarial todo trabalhador ou servidor público inscrito no PIS/Pasep há mais de cinco anos; que tenha trabalhado, no mínimo 30 dias, para empregadores participantes dos programas em 2005; e que, neste período, tenha recebido um salário mensal correspondente a dois salários mínimos, no máximo.

 

 

Quem não sacar até a data limite perde o direito ao benefício. No último calendário, somando os beneficiários de PIS e Pasep, mais de 500 mil servidores deixaram de sacar o abono salarial.

 

 

O presidente nacional do PT, sale deputado Ricardo Berzoini (SP), disse hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode "crescer mais" nas próximas pesquisas, e que a vantagem de Lula teria deixado o candidato tucano, Geraldo Alckmin, "numa encruzilhada entre a biografia e a baixaria".

Pesquisa Datafolha divulgada ontem mostra Lula com 49% das intenções de voto, contra 37% da soma dos adversários, ampliando em dois pontos a vantagem obtida na pesquisa de julho. A aprovação ao governo, segundo o instituto, atingiu o recorde histórico de 52% de "ótimo" e "bom".

"Continuamos trabalhando para uma eleição em dois turnos, mas o Datafolha mostra que há espaço para o presidente crescer mais, acompanhando a boa avaliação do governo", disse Ricardo Berzoini. "A manutenção da vantagem, depois de uma semana de propaganda na televisão, deixa o Alckmin numa encruzilhada: ou ele preserva sua biografia ou cede à pressão dos seus aliados do PFL que querem partir para o baixo nível", acrescentou.

O tucano Geraldo Alckmin disse hoje a jornalistas que não vai alterar sua propaganda, adotando uma linha mais agressiva, em função das pesquisas. Coordenador da campanha da reeleição, Berzoini disse que Lula pretende manter o planejamento de sua propaganda, centrada no balanço de quatro anos de governo, acrescentando que "a campanha está preparada para responder à baixaria, se ela vier".

"A campanha está crescendo com o horário eleitoral, porque estamos mostrando o que o governo fez e Lula está explicando por que ele fez", disse Berzoini. "Só em último caso, se for mesmo necessário, usaremos o programa para responder a ataques."

O comando da reeleição comemorou, com moderação calculada, os indicadores favoráveis a Lula na pesquisa Datafolha, especialmente os que se referem à avaliação do governo.

Além dos 52% de "ótimo" e "bom", sete pontos percentuais acima do levantamento de julho, a taxa dos que consideram o governo apenas "regular" caiu de 36% para 31%; e o índice de "ruim" e "péssimo", de 18% para 16%.

"De acordo com outras pesquisas, sabemos que a maior parte dos que consideram o governo regular tende para uma avaliação positiva, podendo se transformar em eleitores", afirmou o presidente do PT.

Berzoini, a exemplo de analistas independentes, relaciona o crescimento dos indicadores pró-Lula ao início da propaganda eletrônica, em 15 de agosto, e ao conteúdo dos programas do presidente candidato no rádio e na televisão. "Bastou voltarmos à televisão para recuperar e até melhorar os indicadores obtidos em maio", disse o coordenador da campanha.

Desde o início do ano, a curva de aprovação do governo e de intenção de votos em Lula foi ascendente, tendo sido interrompida apenas nas pesquisas da primeira semana de julho, quando sua vantagem sobre os outros candidatos caiu cerca de 5%, mas voltou a subir em agosto.

"Aquela variação nas pesquisas decorreu de um mês inteiro de pancadaria no governo, nos programas partidários da oposição, sem que o governo e o PT pudessem reagir", afirmou Berzoini.

Ao longo do mês de junho, os oposicionistas PSDB, PFL e PPS tiveram, somados, cinco horas de programas partidários nacionais e regionais no rádio e na TV. O PT e seus aliados haviam utilizado sua cota de programas eleitorais em janeiro e março.

 

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