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Política & Poder

Bagunça ainda é interna

Arquivo Geral

05/03/2013 9h30

Rudolfo Lago

redacao@jornaldebrasilia.com.br

 

 

Como não poderia deixar de ser, a antecipação da corrida presidencial de 2014 precipitou também o debate eleitoral no DF. Num ano em que a disputa naturalmente já é mais acirrada pela diminuição do número de vagas majoritárias – estará em disputa desta vez apenas uma vaga para o Senado –, as forças políticas mexem-se com desenvoltura nos bastidores. E  as trocas de pontapés são mais intensas entre os grupos do mesmo partido ou das mesmas alianças do que entre os adversários.

 

O governador Agnelo Queiroz empenha-se para ampliar ao máximo a aliança em torno de seu projeto de reeleição. O retorno de Agnelo para mais quatro anos seria a opção natural, mas ele enfrenta resistências mesmo dentro do PT. 

 

Na semana passada, a deputada Erika Kokay (PT) chegou a postar em uma rede social na internet um comentário contrário à decisão pela reeleição de Agnelo sem uma discussão interna. “É um desrespeito com a militância do PT o fato de dirigentes do partido já darem como certa a candidatura à reeleição de Agnelo. O que o partido tem de mais valioso é a  militância, que deve discutir e deliberar sobre o nosso candidato”, escreveu.

 

No fim de semana, durante  convenção nacional, o PMDB deixou claro que não aceita sequer discutir qualquer solução que implique ceder em 2014 o cargo de vice  para facilitar a composição de   aliança. Se Agnelo quiser contar com o apoio do PMDB, Tadeu Filippelli terá de continuar sendo o vice.


Senado

A briga passa ainda pela definição sobre quem será o candidato a senador na aliança, uma vez que haverá apenas uma vaga na disputa. Agnelo, com o apoio da direção nacional do PT, planeja entregar essa vaga a um partido aliado, alijando as pretensões dos próprios petistas. O mais provável é o apoio à candidatura do senador Gim Argelo (PTB). Depois que o PSB e o PDT romperam com o governo, Gim tornou-se o único senador que apoia Agnelo.

 

Os deputados petistas Chico Leite (distrital)  e Geraldo Magela (federal) querem também a vaga. 

 

Chico Leite adianta que levará a sua pretensão até o final. “Sou candidato a senador e disputarei a vaga na convenção do partido”, disse. Pivô da briga, Gim Argelo evita o debate. “Ainda não é o momento. Ainda vão surgir muitos candidatos a governador e a senador no caminho”, afirmou.

 

Oposição desorganizada

A sorte maior de Agnelo, comenta um deputado do PT, é que a oposição encontra-se desorganizada, sem ainda ter definido quem poderá ser o nome a enfrentá-lo. Alguns candidatos colocam a sua pretensão, especialmente o deputado federal Izalci Lucas (PSDB), o ex-deputado Alberto Fraga (DEM) e a  distrital Eliana Pedrosa (PSD). 

 

A dificuldade de Eliana é que Agnelo pode se aproveitar do fato de o PSD estar prestes a se aliar nacionalmente ao governo Dilma. Agnelo tem conversado com o ex-governador Rogério Rosso, um dos nomes do PSD, para fechar aliança. Um possível apoio, no entanto, gerará dissidências no PSD, podendo fazer com que e as  distritais Celina Leão e Liliane Roriz deixem a sigla.

 

A maior dificuldade   poderia vir da tentativa do senador Rodrigo Rollemberg de montar  aliança com o PDT do senador Cristovam Buarque, o PSOL e a Rede,  de Marina Silva.

 

Marina dá seu pitaco

No PDT, Cristovam sofre pressões da militância para ser ele o candidato, coisa que, pessoalmente, ele não deseja. O deputado  Reguffe também sonha com o GDF.  Marina  teria mais facilidade em apoiar Reguffe  do que Rollemberg, porque o senador participou da construção do  Código Florestal, do qual Marina discorda.

 

Ela chegou a discutir a hipótese de uma chapa Reguffe/Chico Leite e os dois tiveram conversas preliminares para passar a integrar a Rede.

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