Dezenas de caminhões carregados de arroz continuam parados em depósitos do governo indonésio devido a empecilhos burocráticos. A falta de abastecimento deixa os sobreviventes do terremoto furiosos.
O vice-presidente do país, stuff visit Jusuf Kalla, que viajou até a cidade javanesa de Yogyakarta para supervisionar a distribuição de ajuda, disse que 200 caminhões começariam a entregar arroz aos sobreviventes na terça-feira. Mas, ao longo do dia, em apenas um depósito do governo, 36 caminhões carregados com o alimento continuavam parados.
Para aumentar ainda mais a fúria dos sobreviventes, autoridades locais decidiram reduzir a quantidade inicial de ajuda financeira para as vítimas até avaliar melhor os danos deixado s pelo terremoto.
"Todo mundo estava esperando receber todo o dinheiro imediatamente. Essa decisão provocará insatisfação", afirmou o chefe de um vilarejo, Mohamad Temon, de 55 anos, que foi até um centro do governo para retirar seu dinheiro.
Dez dias depois de um terremoto de 6,3 de magnitude na escala Richter ter atingido a ilha de Java, matando 5.782 pessoas, milhares de sobreviventes continuam sem casa, morando sob pedaços de lona e de plástico ou dentro de barracas doadas.
Muitos são agricultores pobres que vivem com o que produzem em plantações de arroz e que possuem pouco dinheiro para comprar comida depois do terremoto.
"Não vi nada de dinheiro ou de arroz", afirmou Sajiyo, um trabalhador de 45 anos, na frente do que restou de sua casa no vilarejo de Palbapang, em Bantul (a área mais atingida pelo terremoto).
Segundo Sajiyo, as autoridades disseram que o dinheiro a ser recebido seria de apenas 360 mil rúpias (US$ 38,5) para alimentar uma família de quatro pessoas, ao invés das 860 mil rúpias prometidas inicialmente.
O ministro indonésio para o Bem-Estar Social, Aburizal Bakrie, afirmou a repórteres: "Acho que haverá algumas manifestações de ciúmes, porque alguns vão receber dinheiro e outros, não".
A Organiza ção das Nações Unidas (ONU) estimou que mais de 200 mil casas ficaram destruídas ou seriamente danificadas, mas que, até agora, apenas 70 mil famílias receberam ajuda para construir novas moradias.
Autoridades da área de saúde afirmaram que as condições sanitárias da região atingida são motivo de grande preocupação devido à falta de água limpa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) pretende realizar uma campanha de vacinação em massa contra o sarampo e o tétano.
A ONU diz que uma operação de ajuda de US$ 103 milhões, programada para durar seis meses, é necessária a fim de prover abrigos de emergência, assistência médica, água tratada, material sanitário, alimento e proteção para crianças em toda a região devastada pelo terremoto de 27 de maio.