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Venezuela: Argentina e Uruguai seguem EUA e reconhecem vitória de González Urrutia

O chefe da diplomacia dos EUA disse que os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo chavismo, são profundamente falhos

Redação Jornal de Brasília

02/08/2024 17h45

Venezuelan opposition leader Maria Corina Machado speaks during a press conference at her party headquarters in Caracas, on March 26, 2024. – Venezuela’s main opposition leader said Tuesday that President Nicolas Maduro had “chosen” his poll rivals after key contenders were blocked from running in the July presidential election. “What we warned about for many months ended up happening: the regime chose its candidates,” said Maria Corina Machado, who was banned from holding public office by courts loyal to Maduro and whose proxy candidate was unable to register by the deadline at midnight on Monday. (Photo by Ronald PEÑA / AFP)

São Paulo, 02 – A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, e a chancelaria do Uruguai seguiram os Estados Unidos e declararam nesta sexta-feira, 2, que o opositor Edmundo González Urrutia é o vencedor legítimo da eleição da Venezuela.

A declaração de Mondino, no entanto, não foi feito em caráter oficial. Ela deu a declaração na rede social X e recebeu o endosso do presidente argentino Javier Milei, mas horas depois a chancelaria do país emitiu um comunicado oficial sem reconhecer um vencedor.

O comunicado afirma que a chancelaria acompanha os fatos na Venezuela “para fazer uma declaração definitiva” e mantém, por enquanto, a posição anterior de não reconhecer a vitória de nenhum dos candidatos até que os fatos em torno do pleito sejam esclarecidos.

O posicionamento oficial da Argentina após as eleições foi de rejeição do resultado da eleição presidencial. “A República da Argentina foi um dos primeiros países a rejeitar e desconsiderar o resultado da eleição presidencial venezuelana em 28 de julho. As evidências coletadas até agora apenas confirmaram essa posição”, diz o comunicado.

O Ministério das Relações Exteriores do Uruguai, por outro lado, afirmou no início da tarde desta sexta-feira, 2, que após cinco dias das eleições nenhuma prova foi apresentada para atestar a vitória de Nicolás Maduro, como o CNE alegou. “Em paralelo, a oposição venezuelana tem realizado um trabalho louvável de coleta de mais de 80% de atas de escrutínio sem que tenha sido refutada a sua veracidade”, diz. “Surge, com total enérgica, que o candidato Edmundo González Urrutia foi o candidato à presidência que recebeu a maioria dos votos.”

A declaração foi semelhante a dos Estados Unidos, primeiro país a reconhecer oficialmente a González Urrutia como vencedor das eleições, nesta quinta-feira, 1. “Dada a evidência esmagadora, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia ganhou a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela”, declarou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em um comunicado.

O chefe da diplomacia dos EUA disse que os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo chavismo, são profundamente falhos e não representam a vontade do povo venezuelano. O CNE declarou o ditador Nicolás Maduro vencedor com 51,2% dos votos contra 44,2% de González, mas não apresentou os dados que comprovariam os resultados e a oposição afirma ter provas de fraude.

A nota destaca que o CNE continuou sem divulgar os dados, apesar do apelo da comunidade internacional, e que a missão de observadores do Centro Carter apontou irregularidades no processo.

O Brasil segue sem reconhecer a vitória de nenhum dos candidatos e diz acompanhar com atenção o escrutínio dos votos na Venezuela Em nota conjunta com o México e a Colômbia nesta quinta, o governo brasileiro pediu por apuração imparcial e cobraram a divulgação dos dados das urnas, que comprovariam os resultados.

“Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”, diz a nota.

Estadão Conteúdo

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