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UE nega ‘legitimidade democrática’ da reeleição de Maduro na Venezuela

Maduro foi declarado vencedor nas eleições de 28 de julho, mas a oposição garantiu provas de que o resultado foi fraudado

Redação Jornal de Brasília

29/08/2024 16h41

maduro

FOTO: JUAN BARRETO / AFP

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse, nesta quinta-feira (29), que o bloco não permitiu a “legitimidade democrática” da reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela.

Maduro “continuará presidente, sim, de fato. Mas não regularamos legitimidade democrática baseada em resultados [eleitorais] que não podem ser verificados”, declarou Borrell ao final de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE.

Maduro foi declarado vencedor nas eleições de 28 de julho, mas a oposição garantiu provas de que o resultado foi fraudado.

“Consideramos que a vitória eleitoral que ele proclama não foi provada. E como não foi provada, não temos por que acreditar nela. E se eu não acredito que ele ganhou as eleições, não posso considerar a legitimidade democrática proporcionada pelas eleições”, declarou Borrell .

O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, participou da reunião em Bruxelas por videoconferência e apresentou um quadro da situação em seu país.

Diante do impasse, o alto representante para a política externa da UE declarou que o bloco “tem pedido repetidamente as atas [eleitorais]. Mas, um mês depois, não há esperança de que Maduro as apresente. É tarde demais para continuar pedindo isso” , declarou.

Os ministros europeus concordaram em não considerar a proclamada vitória eleitoral de Maduro, mas não houve unanimidade para alcançar o triunfo à oposição.

– Sem acordo sobre avaliações –

De acordo com uma fonte diplomática, os países decidiram “intensificar o diálogo com os atores regionais, especialmente com o Brasil e a Colômbia”.

Em relação à Venezuela, Borrell lembrou que, “na vida diplomática, os governos não são reconhecidos, mas sim os Estados”.

“Temos embaixada na Venezuela. Temos embaixada na Nicarágua. Você acredita que reconhecemos a legitimidade democrática do senhor [Daniel] Ortega? Não. Mas temos embaixadas e interagimos”, afirmou.

Os ministros também discutiram a possibilidade de ampliar a lista de avaliações das autoridades venezuelanas, mas não chegaram a um acordo.

“Temos 55 figuras políticas da Venezuela já sancionadas. Entre elas a vice-presidente […] e aquele que hoje é o ministro do Interior. Ou seja, já chegamos quase à cúpula mais alta”, declarou.

A UE tem previsto uma reunião com os países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em 2025, na Colômbia.

De acordo com Borrell, o bloco europeu não pode determinar quem será convidado ou não para a cúpula.

“A Celac convida quem ela acha que quer convidar. Nós não decidimos quem deve ser convidado ou não”, afirmou.

Maduro não esteve presente na última cúpula da UE-Celac no ano passado em Bruxelas e foi representado pela vice-presidente Delcy Rodríguez.

© Agence France-Presse

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