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‘Tudo é negociável’, diz advogado do presidente da Colômbia sobre sanções dos EUA

A medida bloqueia seus bens nos Estados Unidos e o acesso a qualquer empresa americana ou com capital desse país

Redação Jornal de Brasília

30/10/2025 18h48

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O senador Miguel Uribe observa o Senado votar contra o referendo sobre a reforma trabalhista promovido pelo presidente colombiano Gustavo Petro em Bogotá, em 14 de maio de 2025. O candidato presidencial colombiano Miguel Uribe morreu dois meses após ser baleado na cabeça durante um evento de campanha, anunciou sua esposa no início de 11 de agosto de 2025. O estado de saúde do parlamentar havia se tornado crítico após ele sofrer uma nova hemorragia cerebral relacionada à tentativa de assassinato durante um comício em 7 de junho, no qual foi baleado três vezes, sendo dois na cabeça. (Foto de Raul ARBOLEDA / AFP)

As sanções econômicas contra o presidente colombiano, Gustavo Petro, e seus aliados devido à crise diplomática com os Estados Unidos são “negociáveis”, disse o advogado do mandatário em entrevista à AFP nesta quinta-feira (30).

Após uma guerra de declarações de ambos os lados, o presidente americano, Donald Trump, decidiu incluir Petro, sua esposa, um filho e o ministro do Interior da Colômbia na lista do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês), com severas sanções econômicas.

A medida bloqueia seus bens nos Estados Unidos e o acesso a qualquer empresa americana ou com capital desse país, sob o argumento de que Petro não faz o suficiente para conter o narcotráfico.

Segundo o advogado americano Daniel Kovalik, os sancionados já estão com seus cartões de crédito e contas bancárias congelados e até enfrentam dificuldades para acessar seus salários como funcionários públicos.

Nos últimos dias, uma empresa de combustíveis associada aos Estados Unidos se recusou a reabastecer o avião presidencial na Espanha.

“Na maioria das vezes, um caso assim é resolvido por meio de negociações ou diplomacia (…) Tudo é negociável”, disse em inglês Kovalik, também defensor de direitos humanos.

Kovalik planeja recorrer aos tribunais americanos e ao Departamento do Tesouro, responsável pelas sanções, para apresentar provas de que as acusações de Trump são falsas.

Ambos os processos serão “longos e lentos”, acrescentou o advogado, que falou por videoconferência da cidade americana de Pittsburgh.

O advogado se disse confiante de que irá vencer o caso porque Petro “é inocente” das acusações de Trump, que o chamou de “líder do narcotráfico” sem apresentar provas. Kovalik também defende a esposa do presidente, Verónica Alcocer.

Professor e ativista, ele diz que Petro “está sendo punido” por suas posições contrárias a Washington: as críticas aos letais ataques americanos no Caribe e no Pacífico, defesa dos palestinos e a oposição a uma possível intervenção na Venezuela.

Trump tem total autoridade para decidir quem incluir ou excluir da lista. Se não houver acordo, Petro permanecerá nela mesmo após o fim de seu mandato e do do republicano.

Além disso, qualquer empresa internacional ou governo que colabore com Petro estará sujeito a sanções, segundo o advogado, que afirmou que não cobrará por seus serviços.

Petro está “preocupado” e planeja pedir uma isenção da sanção para cobrir as despesas relacionadas com sua filha caçula.

O advogado e o presidente se conheceram nos anos 2000, um dos períodos mais sangrentos do conflito colombiano, quando ambos denunciavam a conivência entre o Exército colombiano e os esquadrões paramilitares. “Isso nos uniu”, afirmou.

© Agence France-Presse

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