O presidente Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (7) que nenhum funcionário americano participará da próxima cúpula do G20 na África do Sul, país que ele acusa, sem apresentar provas, de perseguir e assassinar pessoas brancas.
Em setembro, Trump havia anunciado que o vice-presidente JD Vance participaria da cúpula do G20 em seu lugar. O mandatário americano planeja realizar a cúpula de 2026 em seu clube de golfe em Miami.
“É uma vergonha que o G20 seja realizado na África do Sul”, declarou o presidente em sua rede Truth Social. “Nenhum funcionário do governo dos Estados Unidos participará enquanto continuarem essas violações de direitos humanos.”
Trump tem feito afirmações falsas sobre um suposto “genocídio branco” no país, alegando que os africâneres — descendentes dos primeiros colonos europeus na África do Sul — “estão sendo assassinados e massacrados, e suas terras e fazendas estão sendo confiscadas ilegalmente”.
Neste ano, ele surpreendeu o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, no Salão Oval, ao reproduzir um vídeo que alegava que o governo pós-apartheid estaria conduzindo uma campanha contra agricultores brancos.
O governo da África do Sul nega que exista qualquer política desse tipo.
A administração Trump anunciou na semana passada planos para reduzir drasticamente o número de refugiados que os Estados Unidos aceitarão anualmente, levando-o a um mínimo histórico de 7.500. O governo deu prioridade a sul-africanos brancos.
Os dois países também têm divergências sobre temas como a denúncia apresentada pela África do Sul contra Israel por genocídio em Gaza perante a Corte Internacional de Justiça, o principal tribunal da ONU.
Enquanto isso, Trump impôs tarifas de 30% à África do Sul, as mais altas de toda a África Subsaariana.
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