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Soldados colombianos que dispararam contra civis em 2022 são acusados ​​de homicídio

Entre os mortos, havia um menor de idade, um líder indígena do povo kitcwhwa e um líder comunitário

Redação Jornal de Brasília

19/07/2024 15h59

Foto: Reprodução

O Ministério Público da Colômbia acusou de homicídio nesta sexta-feira (19) 24 militares que abriram fogo contra civis em uma pequena cidade do sul do país no ano de 2022, em uma operação questionada pelas Nações Unidas.

Os soldados “estariam envolvidos na morte de 11 civis em 28 de março de 2022 na localidade de Alto Remanso, em Puerto Leguizamo”, no departamento de Putumayo, afirmaram a instituição nas redes sociais.

São três oficiais, quatro suboficiais e 17 soldados que, “usando roupas escuras, diferentes das tradicionais usadas pelo Exército Nacional, dispararam suas armas de serviço contra a localidade, logo após o término de um evento comunitário”, detalhou a promoção em um comunicado.

O pelotão seguia a pista de um rebelde apelidado de “Bruno”, líder de um grupo dissidente da extinta guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, marxistas) conhecido como “Comandos Defensores de Fronteira”.

“Depois de várias horas de observação, e com pleno conhecimento de que Bruno não estava na área (…), os militares realizaram cerca de 1.600 disparos contra 13 casas” e outros bairros comunitários, indicou o MP.

“Além disso, lançaram granadas de 40 milímetros e granadas de fragmentação”, acrescentou.

Os militares rejeitaram as acusações.

O então presidente colombiano, Iván Duque (2018-2022), qualificou a ação como “legítima”. Por sua vez, o Exército afirmou na época que os mortos eram rebeldes dissidentes das Farc ou colaboradores desse grupo armado.

Por outro lado, a ONU pediu que os militares fossem processados ​​e denunciou que dispararam contra crianças e mulheres que participaram do evento.

Entre os mortos, havia um menor de idade, um líder indígena do povo kitcwhwa e um líder comunitário. Uma adolescente grávida foi atingida pelos tiros, mas sobreviveu, segundo a promotoria.

A operação reavivou as feridas dos chamados “falsos positivos”, o maior escândalo das forças militares da Colômbia, no qual pelo menos 6.400 civis foram assassinados e apresentados como guerrilheiros mortos em combate entre 2002 e 2008.

Embora a maioria dos rebeldes das Farc tenha entregue as armas em 2017, os dissidentes do acordo de paz alcançado naquela época com o Estado ainda controlam rotas de narcotráfico e mineração ilegais em algumas regiões.

O presidente da Colômbia, o esquerdista Gustavo Petro, está negociando com cerca de metade desses grupos dissidentes.

© Agence France-Presse

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