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Mundo

Sobreviventes do terremoto na China enfrentam frio glacial

As autoridades chinesas alertaram que, nos próximos dias, podem ser registrados mais tremores com magnitude superior a 5

Redação Jornal de Brasília

20/12/2023 12h02

Foto: AFP

Os sobreviventes do terremoto na China, que matou 134 pessoas conforme um balanço atualizado, estavam abrigados em barracas nesta quarta-feira (20), no momento em que uma onda de frio afeta o norte do país.

O terremoto aconteceu na segunda-feira à noite, em uma região 1.300 km ao sudoeste de Pequim.

“As operações de busca e resgate terminaram ontem”, declarou nesta quarta-feira um dos coordenadores do serviço de gestão de emergências de Gansu em uma entrevista coletiva.

“A principal missão agora é atender os feridos e realocar os desabrigados”, acrescentou.

Segundo canal público CCTV, pelo menos 134 pessoas morreram nas províncias de Gansu e Qinghai, no noroeste do país. Um balanço anterior citava 131 mortes.

O terremoto, que também deixou quase 1.000 feridos, segundo a agência estatal Xinhua, foi o mais letal no país desde 2014, quando mais de 600 pessoas morreram em um tremor em Yunnan (sudoeste).

Correspondentes da AFP observaram famílias refugiadas em barracas no condado de Jishishan, na província de Gansu (noroeste), perto do epicentro do terremoto.

Uma mulher afirmou que teme retornar para casa. “Não podemos voltar, é muito perigoso”, disse à AFP, recusando-se a revelar seu nome.

“Tudo pode desabar a qualquer momento”, explicou.

O papa Francisco afirmou que seus “pensamentos estão com as vítimas e os feridos do devastador terremoto” e se declarou “próximo das populações que sofrem, com afeto e oração”.

Apenas na província de Gansu, 87.000 pessoas foram levadas para “abrigos temporários”, segundo a CCTV.

Para as famílias que dormem ao relento, as únicas fontes de calor são os fogões e cobertores carregados às pressas de suas casas.

– Temperaturas polares –

Na localidade de Liugou, os habitantes estão aglomerados em grandes barracas montadas pelas autoridades locais em uma quadra de basquete.

Algumas barracas recebem até 35 pessoas.

As esperanças de encontrar sobreviventes parecem mínimas quase dois dias após o terremoto, ainda mais com as temperaturas polares na região.

A meteorologia indica que o termômetro deve atingir -17ºC nesta quarta-feira em Jishishan.

O norte da China enfrenta uma onda de frio sem precedentes. Na cidade histórica de Datong, província de Shanxi, o termômetro chegou a 33,2 graus abaixo de zero na terça-feira.

As autoridades enviaram bombeiros e equipes de emergência às regiões afetadas.

A imprensa estatal chinesa informou que 2.500 barracas, 20.000 casacos e 5.000 camas dobráveis foram enviadas para a província de Gansu.

O tremor de segunda-feira teve 6,2 graus de magnitude, segundo a Xinhua (ou 5,9, de acordo com Centro Geológico dos Estados Unidos, USGS), e foi seguido por vários tremores secundários.

As autoridades chinesas alertaram que, nos próximos dias, podem ser registrados mais tremores com magnitude superior a 5.

© Agence France-Presse

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