Josef Fritzl saberá com quase toda certeza na quinta-feira se é considerado culpado ou inocente de ter mantido a filha Elisabeth trancada em um porão durante 24 anos, view onde ela era sistematicamente violentada.
A confirmação é do porta-voz da Audiência de Sankt Pölten, Franz Cutka, no segundo dia do processo contra Fritzl, acusado de assassinato por omissão de socorro, escravidão e estupro, entre outros crimes. O julgamento ocorre a portas fechadas para proteger a intimidade das vítimas.
Inicialmente, a exibição do vídeo de 11 horas de duração com o testemunho de Elisabeth, projetado ao júri a portas fechadas, está prevista para terminar hoje, disse Cutka.
Durante o vídeo, um neonatologista testemunhou sobre a suposta responsabilidade de Fritzl na morte, em 1996, de uma das crianças que teve com a filha.
Tomando como base o depoimento de Elisabeth, a Promotoria alega que Fritzl ignorou os pedidos de ajuda em relação aos problemas respiratórios mostrados pelo recém-nascido, que morreu dois dias e meio após o parto.
A acusação, da qual Fritzl se declarou inocente na segunda-feira, pode custar uma sentença de prisão perpétua.
Se tudo ocorrer conforme o previsto e a exibição do vídeo terminar hoje, o júri poderia se reunir amanhã à tarde para deliberar sobre o veredicto.
Antes, no início da sessão, às 9h (5h de Brasília), que será novamente aberta à imprensa, um psiquiatra deporá sobre o estado mental de Fritzl.
Hoje também está previsto o testemunho de dois peritos técnicos, que serão interrogados sobre os sistemas de acesso e ventilação do porão no qual estiveram confinados Elisabeth e três de seus filhos (os outros três foram levados sucessivamente por Fritzl para viver com ele).
Na quinta-feira, será tornado público o questionário que será entregue ao júri sobre as oito acusações contra Fritzl: assassinato, escravidão, estupro, cárcere privado, coação e incesto.
Após a emissão do veredicto, o júri, junto com os três juízes profissionais que conduzem o processo, decidirão a sentença de Fritzl, que pode ir de um ano de cadeia até prisão perpétua.