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Semana decisiva, crítica alemã e financiamento climático do Brasil; veja como foi o 8º dia da COP30

E um novo estudo contabilizou o investimento brasileiro em financiamento climático

Redação Jornal de Brasília

17/11/2025 23h59

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Foto por MAURO PIMENTEL / AFP

LUCAS ALONSO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A COP30 termina na próxima sexta-feira (21). E para conseguir entregar os resultados esperados, as reuniões agora não têm hora pra terminar e podem cruzar a madrugada. O plano é um rascunho do pacote de decisões na quarta-feira (19) e o texto consolidado sob consenso no final da conferência.
Nem todo mundo que viajou a Belém saiu satisfeito, no entanto. O premiê da Alemanha, Friedrich Merz, elogiou seu país comparando-o com o Brasil. Não ficou claro o objetivo, mas lideranças paraenses reagiram à declaração.


E um novo estudo contabilizou o investimento brasileiro em financiamento climático. Embora os aportes tenham crescido 157%, a maior fatia está concentrada na energia —o que, na prática, não ataca setores responsáveis pelas maiores emissões de carbono porque a matriz energética brasileira já é majoritariamente renovável.

  1. COP30 ENTRA EM SEMANA DECISIVA COM ALTO ESCALÃO E SOB TEMOR DE DIVERGÊNCIAS

    A segunda parte da COP30 começou nesta segunda (17) com a entrada dos ministros nas negociações, o que dá um tom mais político às discussões. As reuniões passam a ocorrer sem horário para terminar, numa tentativa de entregar até sexta-feira (21), o último dia da conferência, o recém-batizado “Pacote de Belém”.
    O avanço depende de consenso entre todos os países, e a estratégia atual divide o pacote de decisões em duas entregas: uma até quarta (19) e outra até o fim da COP. Paralelamente, o Brasil tenta evitar que divergências nos debates informais contaminem a agenda formal. A presidência conduz consultas paralelas sobre quatro temas polêmicos: financiamento, metas climáticas, medidas unilaterais de comércio e transparência.
  2. PREMIÊ DA ALEMANHA CRITICA ESTADIA NO BRASIL AO ENALTECER ‘BELEZA’ DE SEU PAÍS

    O primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, usou um discurso no Congresso Alemão do Comércio para comparar desfavoravelmente o Brasil à Alemanha, afirmando que jornalistas que o acompanharam na Cúpula de Líderes em Belém ficaram felizes em retornar ao país.
    A fala, feita para defender que os alemães valorizem seu ambiente econômico e democrático, ocorreu dias após Merz ter elogiado iniciativas brasileiras e prometido uma contribuição “significativa” ao Fundo Florestas para Sempre —sem, no entanto, anunciar valores, o que frustrou expectativas no governo Lula.

    O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), disse que a fala foi “arrogante e preconceituosa”. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), afirmou que causa estranhamento quando “quem ajudou a aquecer o planeta questiona o calor da Amazônia”.
  3. INVESTIMENTO CLIMÁTICO CRESCE 157% NO BRASIL, MAS DEIXA DE LADO SETORES COM MAIS EMISSÕES

    O financiamento climático no Brasil mais do que dobrou desde 2019, chegando a US$ 67,8 bilhões em 2023, mas segue fortemente concentrado no setor de energia —que tem peso relativamente pequeno nas emissões brasileiras. Enquanto agricultura e uso da terra também recebem recursos, parte significativa vem de crédito rural sem garantia de resultados, e o apoio às florestas despencou no período. Estudos apontam que essa distribuição não reflete a estrutura das emissões do país, dominada por desmatamento e agropecuária.

    A adaptação ainda representa fatia muito pequena do financiamento nacional, repetindo tendência global. Especialistas defendem que o Brasil priorize investimentos em infraestrutura básica, saneamento e proteção contra eventos extremos, já que os impactos atingem sobretudo populações mais vulneráveis.

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