Criminosos atacaram tiros na sede do jornal El Debate na cidade mexicana de Culiacán (noroeste), palco de uma guerra entre facções do cartel de Sinaloa, informaram, nesta sexta-feira (18), as autoridades, que não denunciaram vítimas.
A luta entre os dois grupos já provocou a morte de quase duzentas pessoas no estado de Sinaloa desde o início de setembro, seis delas na quinta-feira, durante uma nova jornada violenta que incluiu o ataque ao jornal.
Segundo a Secretaria de Segurança de Sinaloa, desconhecidos abriram fogo contra as instalações do jornal na noite de quinta-feira. Quatro disparos de armas de longa duração atingiram a fachada e vários outros danificaram quatro veículos.
Nesta sexta-feira, um homem deixou uma pistola de brinquedo nas instalações do jornal no município de Guasave, que também fica em Sinaloa.
Trata-se de “um atentado à liberdade de expressão”, disse aos jornalistas o governador de Sinaloa, Rubén Rocha, que solicitou o reforço da presença policial na sede do periódico, em circulação há 70 anos.
O México é considerado pelas organizações de imprensa como um dos países mais perigosos para o exercício do jornalismo, com cerca de 150 comunicadores assassinados desde o ano 2000.
A guerra em Sinaloa foi intensificada após a prisão, no dia 25 de julho, no Novo México (Estados Unidos), do cofundador do cartel de Sinaloa, Ismael “El Mayo” Zambada, que afirmou ter sido sequestrado no México e entregue a oficiais americanos contra sua vontade.
Zambada, de 76 anos, foi detido juntamente com Joaquín Guzmán López, filho de Joaquín “El Chapo” Guzmán, que cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos. Os herdeiros de “El Chapo” teriam entregue Zambada em busca de benefícios judiciais para si e para um irmão que também está preso.
Zambada compareceu novamente nesta sexta-feira ao tribunal, onde foi informado de que pode ser condenado à pena de morte, uma vez que foi detido em território americano, embora sejam as autoridades judiciais máximas que devem decidir sobre a sua execução.
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