Um acordo costurado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para permitir a retirada de militantes e seus familiares dos subúrbios ao sul de Damasco foi suspenso, segundo grupos de direitos humanos e a imprensa do Hezbollah. Os ônibus carregando os militantes – muitos deles ligados ao Estado Islâmico – deixaram a capital síria neste sábado, mas voltaram rapidamente, devido a receios com a segurança dos passageiros.
As dificuldades podem ter sido motivas pela morte de Zahran Alloush, líder do grupo rebelde Exército do Islã, que controla partes da região pela qual os ônibus deveriam passar. O plano costurado pela ONU previa a retirada de até 4 mil pessoas de áreas controladas pelos rebeldes nos subúrbios de Damasco, como uma forma de tentar fortalecer o cessar-fogo entre esses insurgentes e o regime do presidente Bashar al-Assad na capital.
Os ônibus que deveriam levar os militantes estão estacionados no bairro de Al Qadam desde quinta-feira. Boa parte dos subúrbios de Damasco é controlada pelos insurgentes, mas está sob cerco do Exército há mais de dois, o que dificulta o fluxo de remédios, comida e água.
“Nos últimos três meses têm havido notícias persistentes sobre negociações para alguma forma de trégua ou evacuação, mas ainda não há nada confirmado oficialmente e os detalhes são vagos”, comentou Chris Gunness, porta-voz da agência da ONU de assistência aos refugiados. “Nós estamos redobrando nossos fortes apelos para que o governo da Síria e os atores relevantes permitam e facilitem o acesso humanitário”, acrescentou.
Possíveis áreas para a realocação dos militantes retirados dos subúrbios de Damasco incluem posições do Estado Islâmico como Beir al-Qasab, ao sul da capital, a região leste da província de Homs e a capital de facto do grupo terrorista, Raqqa. Fonte: Associated Press.